Observatório de Autonomia Universitária do Grupo Montevidéu é instalado na UFMG
Ambiente fomentará discussões sobre orçamento e estimulará o compartilhamento de boas práticas sobre o tema
Um ambiente que estimulará discussões sobre a autonomia sob os mais variados prismas – histórico, jurídico e econômico – e promoverá o levantamento de dados e o compartilhamento de boas práticas, normas e decisões administrativas e judiciais no âmbito de instituições universitárias sediadas na América do Sul.
Esses são alguns dos propósitos do Observatório de Autonomia Universitária da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), que acaba de ser instalado na UFMG. A instância será coordenada pelo professor Aziz Tuffi Saliba, diretor de Relações Institucionais da Universidade. Uma apresentação do Observatório foi realizada nesta terça-feira, 29 de junho, e reuniu dirigentes das instituições vinculadas à rede.
“O Observatório de Autonomia Universitária da AUGM nasceu de uma proposta apresentada pela UFMG para a AUGM”, explica Aziz. Segundo ele, a instância também promoverá eventos regulares e criará bancos de dados para subsidiar debates nos países que sediam as universidades que integram a rede.
Ainda que instalado na UFMG, o Observatório contará com “pontos focais” em outras instituições, que contribuirão para o levantamento de dados e para a realização de eventos de caráter local ou regional. Segundo o seu coordenador, também já está nos planos do observatório a criação de um periódico sobre o tema. “E buscaremos o diálogo com iniciativas semelhantes, em outras partes do mundo”, adianta Aziz.
Liderança reconhecida
“É uma grande honra para a UFMG sediar o Observatório que concentrará essas discussões sobre a autonomia universitária e os orçamentos das universidades públicas. Essas duas temáticas são imprescindíveis para as nossas universidades”, reitera a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que assumiu a presidência da AUGM esta semana.
De acordo com a reitora, os debates relacionados ao assunto têm ocorrido em uma perspectiva comparada. “A comparação nos permite pensar essas questões também no âmbito de uma integração e de uma política regional. Nossas universidades compartilham a defesa da autonomia universitária e do financiamento público para a educação superior”, diz a reitora.
Para Aziz, a própria escolha da UFMG como sede do Observatório deriva da reconhecida qualidade e liderança regional da Universidade, de sua inserção internacional e da consistente e ativa participação da reitora Sandra Goulart nas relações internacionais. “Exemplo disso é que, além de ser a primeira mulher a dirigir a AUGM, ela será, simultaneamente, a primeira brasileira a ocupar a vice-presidência da Worldwide Universities Network (WUN), rede voltada para a pesquisa e formada por algumas das melhores instituições do mundo, com representantes de todos os continentes”.
Espaço de excelência para a busca da verdade
Ao situar a importância da criação do Observatório no complexo quadro político mundial, Aziz afirma que, a rigor, a ciência e a universidade sempre sofreram contestações e tiveram de enfrentar a oposição de setores da sociedade. “Variações dessa oposição foram de forma e conteúdo e não necessariamente menos graves do que o que ocorre agora", ressalva.
O diretor de Relações Internacionais pondera que, a despeito da constância dessa oposição, a instituição universidade tem obtido sucesso na sua mitigação. “Com informações, argumentos, articulações políticas, além de humildade e transparência, as críticas têm sido bem enfrentadas, e tanto a ciência quanto a universidade ganharam espaço na arena pública”, avalia Aziz Saliba.
A criação do Observatório de Autonomia Universitária da AUGM integra esse "esforço de proteção da missão da ciência, de busca da verdade e, sobretudo, de posicionar a universidade como espaço privilegiado para esta busca", argumenta o coordenador. "E o êxito da universidade nessa empreitada depende que lhe sejam garantidas plena liberdade de expressão, suficiência de recursos humanos e financeiros, inclusão e autogovernança", enumera o diretor de Relações Internacionais da UFMG.