Parent in Science, que tem quatro embaixadoras na UFMG, é premiado pela Nature
Nascido há cinco anos, movimento trabalha pela implantação de políticas de apoio às mães na academia
O movimento brasileiro Parent in Science recebeu, na semana passada, o prêmio Mulheres inspiradoras na ciência, na categoria Science Outreach, oferecido pela editora britânica Nature. A iniciativa trabalha na sistematização de dados e na luta pela implantação de políticas de apoio às mães na academia.
É a primeira vez que o prêmio, parceria com a empresa Estée Lauder, é entregue a um grupo brasileiro. Seu objetivo é reconhecer as conquistas das mulheres e de todos que trabalham para encorajá-las a ingressarem e permanecerem na ciência.
O Parent in Science é formado por 17 pesquisadoras em seu núcleo central. Há dois anos, expandiu-se e hoje engloba 72 embaixadoras em diversas universidades brasileiras, sendo quatro na UFMG: a mestranda Gisele Camilo da Mata, da Faculdade de Educação, e as professoras Lívia Guimarães Zina, da Faculdade de Odontologia, Rosaline Figueiredo e Silva, do Instituto de Geociências, e Viviane de Souza Alves, do Instituto de Ciências Biológicas. Em março, a TV UFMG publicou série na qual as quatro embaixadoras relatam em vídeos o desafio de conciliar maternidade e ciência.
O movimento recebeu US$ 40 mil de prêmio e o convite para apresentações e mentorias na empresa Estée Lauder.
Sobre o movimento
O Parent in Science desenvolve pesquisas que demonstram os impactos da maternidade na carreira das cientistas no Brasil e incentiva o desenvolvimento de políticas de apoio às mães cientistas, levando em consideração a interseção com raça e todos os demais aspectos que afetam a maternidade.
As embaixadoras têm contribuído para a criação de grupos de trabalho locais e para a proposição e implementação de políticas de apoio às mães e de enfrentamento à desigualdade de gênero na ciência. Em 2020, o projeto expandiu-se para a Colômbia em parceria com pesquisadoras daquele país.
Entre as ações do Parent in Science estão a campanha que resultou, em abril deste ano, na inclusão do campo de licença-maternidade na plataforma Lattes do CNPq. O movimento também lançou programa de financiamento coletivo que arrecadou mais de R$ 120 mil para apoiar financeiramente, nos meses finais de suas pós-graduações, 28 mães, em sua maioria, negras, indígenas e solo.