Pesquisa do ICA UFMG avalia adaptação do grão-de-bico ao clima da região de Montes Claros

Produtividade da leguminosa no semiárido é cinco vezes superior à média internacional

O Brasil consome cerca de oito mil toneladas de grão-de-bico por ano. Rica em fibras e fonte de proteínas como magnésio e ferro, a leguminosa é oriunda do Oriente Médio, onde o clima é frio e seco. Uma pesquisa do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, no campus regional da Universidade em Montes Claros, investiga desde 2005 a adaptação do grão-de-bico ao clima da região, que apesar de não ter temperaturas baixas, apresenta baixa humidade do ar.

De acordo com o professor do ICA UFMG, Cândido Alves da Costa, a cultura do grão vem alcançando bons resultados. “A cultura do grão de bico se mostrou muito produtiva na região. Para se ter uma ideia, a média mundial de produtividade do grão-de-bico fica em torno de 900 quilos por hectare, enquanto aqui, em área experimental, fizemos até 5 mil quilos por hectare. A cultura se adapta muito bem às nossas condições climáticas”, explicou Cândido.

Como a cultura de grão-de-bico tem poucas informações de manejo agronômico, o primeiro passo da pesquisa foi estabelecer a melhor época de plantio da leguminosa na região. Para isso, foram estipuladas cinco épocas distintas para estudo do desenvolvimento da cultura, da semeadura à colheita. Segundo o professor Cândido, a planta demonstrou ser tipicamente de inverno, devendo ser plantada em época próxima à estação para ser colhida em período seco.

Para produtores que já cultivam outros grãos, como o feijão e suas variedades, a cultura de grão-de-bico pode ser introduzida para diversificar o plantio. Além disso, de acordo com Cândido, em relação ao próprio feijão o grão-de-bico tem um custo de cultivo 40% mais baixo, embora possa gerar até o dobro de lucro nas vendas.

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