Pesquisa UFMG: personalidade perfeccionista pode comprometer saúde mental e relacionamentos

Laboratório da Universidade pesquisa dimensões dessa característica

O perfeccionismo não está necessariamente atrelado ao ser perfeito, mas ao empenho para alcançar padrões de desempenho extremamente elevados. Esse esforço pode acabar gerando consequências negativas, que comprometem os relacionamentos e a saúde mental. É sobre as dimensões deste tema que pesquisa grupo da UFMG.

A psicóloga  Marcela Mansur Alves, coordenadora do Laboratório de Avaliação e Intervenção na Saúde da Universidade (Lavis-UFMG), explica que o perfeccionismo é uma característica de personalidade extremamente complexa, que comporta múltiplos traços, como padrões de comportamento extremamente elevados, exagerados e inflexíveis – para si e, às vezes, para os outros –, preocupação excessiva com erros e a avaliação negativa por parte de outras pessoas, comportamento de esquiva e autocrítica severa. Tudo isso compromete os relacionamentos pessoais e a saúde mental. 

O perfeccionismo passa a ser um problema quando a pessoa nunca se sente realizada com suas conquistas, está sempre estressada e se dedica com exagero, a ponto de nunca dispor de tempo livre, pois sempre está em busca de alcançar os altos padrões autoimpostos.

Caso a pessoa se identifique como perfeccionista, a psicóloga informa que é necessário descobrir a intensidade dessa condição. Para isso, Marcela Alves recomenda que se anotem pensamentos, comportamentos e sentimentos para entender quando o perfeccionismo aparece e quanto ele afeta a pessoa. É importante, também, reconhecer vitórias, fortalecer a autocompaixão e estar atento ao fato de que o perfeccionismo pode aparecer em diferentes aspectos na vida: nos estudos, no trabalho, nos cuidados com a casa e até na aparência. 

A terapeuta holística Laís Gulin teve sua saúde mental, sua vida profissional e seus relacionamentos afetivos prejudicados pelo perfeccionismo. Por não se sentir capaz e merecedora de suas conquistas, Laís não conseguia finalizar projetos, o que resultou em um quadro depressivo e ansioso. Ela sempre trocava de empregos e, por ser extremamente severa com a sua autoimagem, não chegou a construir relacionamentos amorosos duradouros. Depois de procurar ajuda profissional, a terapeuta notou que o perfeccionismo a impedia de se enxergar e entender o que desejava para sua vida. Ela agora reconhece suas conquistas e percebe o quanto evoluiu em diferentes aspectos de sua vida.

UFMG pesquisa dimensões do perfeccionismo

O Lavis-UFMG está recolhendo dados para a pesquisa Perfeccionismo: avaliação e evidências de sua relação com a personalidade e a saúde mental em diferentes amostras da população. O objetivo é avaliar as dimensões negativas do perfeccionismo. Para participar, é preciso preencher formulário específico e concordar com o termo de consentimento.

O Laboratório já publicou duas cartilhas com orientações sobre o perfeccionismo que estão disponíveis em seu site. Atualizações sobre as atividades do Lavis podem ser acompanhadas em seu perfil no Instagram.

Assista a vídeo da TV UFMG sobre o assunto: 

(equipe: Amanda Gomes – produção; Marcia Botelho - edição de imagens; Ruleandson do Carmo - edição de conteúdo).

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG