Podcast de entrevistas do Crisp UFMG é reconhecido por prêmio nacional de divulgação científica
Programa recebeu menção honrosa da Anpocs, associação da pós-graduação e pesquisa em Ciências Sociais
O podcast Crisp entrevista, do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, foi reconhecido como iniciativa de divulgação científica pela Anpocs, a Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais. A Menção Honrosa foi comunicada em live durante o encontro anual da entidade, no dia 19 de outubro.
A equipe do Crisp faz entrevistas mensais com pesquisadores que atuam na área de criminalidade, segurança pública, justiça criminal e sistema prisional. “Nosso objetivo principal é promover debate em perspectiva diferente da que tem regido o discurso e as políticas governamentais nos últimos anos, focadas em armamento da população e violência policial”, explica a professora Ludmila Ribeiro, coordenadora do Crisp entrevista, que completou dois anos em setembro. A equipe é composta também dos pesquisadores Valéria Oliveira, professora da Faculdade de Educação, Rafael Rocha e Isabella Matosinhos, todos vinculados ao Crisp.
Segundo texto no site da Associação, o 2º Prêmio Anpocs de Divulgação Científica reconhece “práticas de divulgação científica que, com tantos reveses, têm conseguido levar adiante a missão de aproximar nossas Ciências Sociais da sociedade brasileira em seus diversos públicos”. A iniciativa é fruto de parceria com a Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz e o portal LatinoAmerica21. O prêmio principal foi conquistado por programa do Nexo Jornal.
Audiência jovem
O podcast recebe especialistas de todo o Brasil e até do exterior – nesse caso, estudiosos da situação brasileira, que se expressam bem em português –, incluindo os que atuam fora das universidades, em organizações da sociedade civil. Foram entrevistados nomes como Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz, o professor venezuelano Roberto Briceño-León, Silvia Ramos, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, e Fernanda Valli Nummer, da Universidade Federal do Pará.
O prêmio da Anpocs destaca o fato de o Crisp entrevista ser ouvido em diversas regiões do país, segundo estatísticas fornecidas pela plataforma Spotify. “Temos atingido muitos jovens, o que nos anima, porque sugere que estamos ajudando a formar novos atores políticos interessados em trabalhar segundo a lógica preventiva da violência, em vez da lógica repressiva”, comemora Ludmila Ribeiro, que é professora do Departamento de Sociologia da UFMG.
Além do Spotify, o Crisp entrevista pode ser ouvido em tocadores como Google Podcasts e Apple Podcasts. No episódio de outubro, que será lançado na próxima semana, os pesquisadores da UFMG vão conversar com neurocientista Sidarta Ribeiro, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sobre uso de drogas, sonhos e sono.