Em feriados, o índice de acidentes tende a ser maior, devido à alta concentração de veículos pelas rodovias do país. Incalculáveis são os motivos que levam a essas ocorrências, muitas vezes relacionados a atos de negligência ou não dos condutores. Uma das principais causas de desastres que deixam pessoas feridas ou até mesmo tiram vidas relaciona-se com a má qualidade do sono.

Preocupados com isso, o professor Marco Túlio de Mello, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG e a Polícia Rodoviária Federal vão desenvolver um ato de conscientização na próxima quinta-feira, dia 13 de abril, véspera do feriado de Sexta-feira da Paixão. O local escolhido foi o posto da PF em Betim, localizado na rodovia Fernão Dias.

“A PF vai fazer as ações de intervenção com os motoristas, e nós vamos convidá-los para participarem de uma avaliação. Esses motoristas vão subir na plataforma de força, e vamos ver o equilíbrio deles, que responderão algumas perguntas. Então, calcularemos a fadiga e o risco de acidente desses motoristas”, explicou Marco Túlio. A ideia é expor os perigos a que estão expostos os condutores quando eles dirigem cansados.

Essa avaliação, citada pelo professor, consiste na utilização de softwares desenvolvidos para analisar a fadiga através do equilíbrio. Segundo Marco, altas cargas de trabalho podem atrapalhar o ritmo de sono dos condutores, o que leva ao cansaço e, consequentemente, exposição a riscos. “Os motoristas têm um excesso de jornada de trabalho, trabalham durante muito tempo, o que gera cansaço. Eles podem sofrer algum acidente por isso”, justificou.

Não é a primeira vez que Marco Túlio, ao lado de graduandos e pós-graduandos, realiza esse tipo de ação em conjunto com a Polícia Rodoviária Federal. Em 13 de março deste ano, no decorrer da “Semana do Sono”, eles viabilizaram atividade semelhante e na mesma rodovia. Na ocasião, o professor citou um dado alarmante. “No Brasil, morrem 50 mil pessoas por ano nas estradas. Dessas 50 mil mortes, de 7 a 9 mil são porque alguém dormiu no volante. Alertar o motorista para os sinais de sono e fadiga é fundamental para a segurança dele, da família dele e também dos outros usuários da via”, apontou.