Revisão do conceito foi realizada neste mês durante Conferência na França

A partir de maio de 2019, o conceito de quilograma como conhecemos hoje não existirá. A Unidade foi definida em 1889 a partir de um cilindro de platina e irídio durante a primeira reunião da Conferência Geral Sobre Pesos e Medidas (CGPM), promovida pelo Escritório Internacional de Pesos e Medidas (BIPM).

Após revisão dos cientistas, o conceito da grandeza foi redefinido 129 anos depois, durante a 26ª edição da CGPM, realizada de 13 a 16 de novembro, na França. O quilo será agora associado a uma constante física. Entenda em entrevista concedida à TV UFMG pelo professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFMG (Icex), Ado Jorio de Vasconcelos.

Mesmo sendo mantido em um cofre, o Protótipo do Quilograma perdeu massa desde que a Unidade foi estabelecida. Diferentemente da definição baseada em um objeto, ao associar o quilo a uma constante física, os cientistas garantem que a maneira de medir a grandeza não sofra alterações com o tempo, além de possibilitar que qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo tenha acesso à medida exata do quilograma.

Balança de watt

A Unidade será medida com a chamada balança de watt, instrumento que permite comparar energia mecânica com eletromagnética usando duas experiências separadas. Ela funciona como uma balança convencional, só que ao invés de pesar uma massa contra a outra, ela pesa a massa contra uma força eletromagnética que pode ser medida com extrema precisão.

A força eletromagnética é gerada usando uma bobina de fio cercada por ímãs permanentes, criando dois métodos diferentes de pesagem. No primeiro, uma corrente passa pela bobina para gerar a força. No segundo, é preciso mover a bobina para cima e para baixo como um pistão. Assim os cientistas conseguem medir as forças envolvidas em ambos os modos de pesagem com incrível precisão, por exemplo, a densidade do fluxo magnético e a velocidade de deslocamento da bobina. Combinando esse conhecimento, pode-se medir a massa de um lado da balança usando a constante de Planck – utilizada para calcular a menor ação que pode ser tomada por um fóton.

Ficha técnica –  https://youtu.be/ZIMWOUJHc3o

Entrevistado: Ado Jorio de Vasconcelos - professor Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas da UFMG

Produção e reportagem: Marden Ferreira e Renato Temponi

Imagens: Antônio Soares, Cássio de Jesus e Samuel do Vale

Vídeografismo: Bruna Araújo

Edição de conteúdo: Jessika Viveiros

Edição de imagens: Marcia Botelho

Trilha: Swagger - Quincas Moreira