O professor Marcos Rogério Cordeiro Fernandes, da Faculdade de Letras da UFMG, convida a todos os interessados para o lançamento de seu novo livro Quincas Borba: romance da modernização tardia, pela Fino Traço Editora. O evento acontecerá no dia 19 de outubro, quarta-feira, às 19h, no Agosto Butiquim (Rua Esmeralda, 298 - Prado, Belo Horizonte).

Sobre a obra

Para reconhecer um grande artista, é preciso verificar sua capacidade de continuar produzindo sentido para além de seu tempo e para variadas abordagens. Shakespeare. Cervantes. Goethe. De todos os escritores de nossa língua, Machado de Assis é certamente o que mais desperta interesse ao longo do tempo e ao largo do espaço. Novas traduções, edições renovadas, inovadoras interpretações atestam sua vitalidade. Para entrar nessa conversa, é preciso ter o que dizer, de forma a iluminar aspectos novos da obra. Requisito atendido com grande desenvoltura pelo trabalho que o leitor tem agora em mãos. Rogério Cordeiro há muitos anos frequenta a obra machadiana, sempre atento ao debate historiográfico brasileiro. Seu livro renova os estudos sobre um dos mais sólidos enigmas da obra madura de Machado, o romance Quincas Borba. Único caso de narrativa longa estruturado apenas na terceira pessoa narrativa, Quincas Borba está longe de ser corpo estranho no conjunto da obra: compartilha com o conjunto da criação do autor alguns personagens, um tanto da dicção e muito da análise do mundo. Rogério Cordeiro faz mais do que analisar o romance (sendo nisso um fino e criativo intérprete): o que se vai ler aqui entrança o romance com uma construção paciente e única, aquela que Machado tramou sobretudo em sua crônica, gênero que lhe serviu de plataforma para definir uma impressionante interpretação do presente, numa quadra especialmente significativa para o Brasil, país que demorou mais do que qualquer outro para superar a escravidão, com tudo de perverso e atrasado que ela implicou, em direção ao mundo do capitalismo moderno. Não foi simples nem linear esse percurso, que Machado acompanhou com interesse de cientista social e mão de artista da palavra. O resultado está em Quincas Borba, forjado em alegorias variadas que Rogério Cordeiro trata de estudar com grande precisão e criatividade, e dá a ver um país cujo ritmo social e econômico vive um crônico atraso, ou uma reiterada resistência à modernização, atraso e resistência que fazem parte, à sua maneira, da dinâmica do mundo.

Luís Augusto Fischer (orelha do livro)

Sobre o autor

Marcos Rogério Cordeiro Fernandes é professor na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, com atuação docente na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Literatura (PosLit), orientação de projetos de pesquisas e grupos de estudos. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestrado e doutorado em Letras: Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós-doutorado em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Letras e História, com ênfase em literatura e cultura brasileiras, atuando principalmente nos seguintes temas: Crítica Literária, Literatura Brasileira, História do Brasil, Cultura Brasileira. É membro do grupo de pesquisa Literatura e Sociedade, da Associação Nacional de Pós graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL).

Serviço:

Lançamento do livro Quincas Borba: romance da modernização tardia

Autor: Rogério Cordeiro

Dia: 19 de outubro

Hora: 19h

Local: Agosto Butiquim (Rua Esmeralda, 298, Prado, Belo Horizonte/MG)

Ano | Edição: 2022 | 1º

Páginas: 230

Editora: Fino Traço Editora