Professor da UFMG realiza palestra sobre “Abstrações em movimento - concretismo, neoconcretismo e tachismo”
O professor da Escola de Belas Artes da UFMG, Rodrigo Vivas, realiza no dia 27 de outubro, às 19h, no Centro Cultural UFMG, palestra sobre o livro “Abstrações em movimento: concretismo, neoconcretismo e tachismo”. O segundo livro do autor é dedicado ao estudo das obras artísticas pertencentes aos museus públicos localizados na capital mineira. Entrada franca.
O livro é parte do projeto Memória das Artes Visuais em Belo Horizonte, que visa analisar obras artísticas pertencentes às coleções do Museu Histórico Abílio Barreto, Museu Mineiro e Museu de Arte da Pampulha. O desafio tem sido analisar um número expressivo de obras artísticas pertencentes a essas coleções, que não estão abertas ao público em exposições de longa duração.
No primeiro livro, Por uma história da arte em Belo Horizonte: artistas, exposições e salões de arte,lançado em 2012, pela ComArte, o historiador da arte analisou 46 obras em uma delimitação de 60 anos.
A partir da verticalização dos estudos, Rodrigo Vivas percebeu uma recorrência na premiação de obras abstratas nos Salões de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte. Esse debate não foi exclusivo de Belo Horizonte, sendo também encontrado na Bienal Internacional de São Paulo. Nesse sentido, Belo Horizonte estava em contínuo diálogo com a produção do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, desmitificando a imagem de “atraso” ou apenas “ressonância” das artes visuais produzidas nas terras mineiras. São analisadas 26 obras de artistas como Candido Portinari, Wega Nery, Takashi Fukushima, Yo Yoshitome, Ado Malagoli, Antonio Maia, Jarbas Juarez, Amilcar de Castro, Terezinha Soares, dentre outros.
Na pesquisa de Vivas foi possível encontrar uma das primeiras discussões organizadas sobre arte abstrata no Brasil, que ocorreu na pouco estudada Semana de Arte Moderna de 1944, ocorrida em Belo Horizonte. A historiografia oficial costuma referendar esse debate apenas no final da década de 1940, em São Paulo, mas desconsidera a representatividade do evento ocorrido em Belo Horizonte.