Professora da UFMG dirige nova tradução do clássico grego 'Hécuba' de Eurípides

Evento de lançamento acontece no dia 1º de junho

Relicário Edições promove o lançamento da nova edição do clássico Hécuba de Eurípides, com direção de tradução da professora Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa, da Faculdade de Letras (Fale) da UFMG. Trata-se de uma obra comentada e traduzida diretamente do grego, trabalho realizado pela Trupersa (Trupe de tradução e encenação de teatro antigo), com o apoio do CNPq e da Câmara de Pesquisa da Fale. O evento, que contará com uma leitura dramática, acontecerá no dia 1ª de junho, das 18h às 21h, na Livraria Quixote (rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi, Belo Horizonte).

Resumo

Pobre Hécuba! Não houve mãe grega ou troiana que tenha sofrido mais que a rainha de Troia! Um a um de seus rebentos, Hécuba perdeu para a guerra infame, realizada em nome de uma “mulher que o foi de mais de um homem”, como ressoou no coro esquiliano (Ag. 63-64). A tradição deu-lhe entre quatorze e dezenove filhos. Eurípides ampliou a prole para cinquenta filhos, o que a tornou a imagem da maternidade total.

Quando a tragédia foi encenada, o cenário da vida real era a guerra do Peloponeso, que já acumulava seus mortos. Toda a peça se centra no sofrimento materno, potencializado na morte dos derradeiros filhos, Polidoro e Polixena – o primeiro, traído por quem o deveria salvaguardar; a segunda, reduzida a butim de guerra do inimigo já morto. Assim como as duas guerras – a de Troia e a do Peloponeso – se espelham, tais mortes replicam um drama em que a mater dolorosa vingará todos os filhos perdidos para a insânia humana.

Esta tradução de Hécuba oferece a leitores e plateias uma experiência totalmente inovadora, desobediente aos usos e costumes tradutórios que solenizam a linguagem, em detrimento dos sentimentos e impulsos que sangram a língua escorreita, para parturiar o trágico. Tradução descolonizadora, fiel à vertigem de um texto que revida à desgraça dessa mãe reduzida a nada – “sem filho, sem marido, sem cidade” (v. 669) – e cuja dor vai “muito além da Taprobana” (v. 714); chama a si recursos insuspeitáveis, para dizer a dor que não pode ser calada. Talvez esta tradução explique às plateias brasileiras a desrazão do belicismo em que vivemos.

Sobre Eurípides

Eurípides (ca. 480 a.C. – 406 a.C.) foi poeta trágico grego do século V a.C., o mais jovem dos três grandes expoentes da tragédia grega clássica, que ressaltou em suas obras as agitações da alma humana e em especial a feminina. Tratou dos problemas triviais da sociedade ateniense de seu tempo, com o intuito de moderar o homem em suas ações. Pouco se sabe de sua vida, mas parece ter sido austero e pouco sociável. Apaixonado pelo debate de ideias, suas investigações e estudos lhe trouxeram mais aflições do que certezas. Alguns críticos o chamaram de “filósofo de teatro”, mas não há certeza se Eurípedes, de fato, pertenceu a alguma escola filosófica, mas sim a grupos de filósofos. Ao longo da sua vida, Eurípides foi frequentemente satirizado nas comédias de Aristófanes. No final da vida, talvez desiludido com a natureza humana, viveu recluso, rodeado de livros. (Carlinda Fragale Pate Nuñez | UERJ)

Ficha técnica:

Hécuba
Ano: 2022
Autor: Eurípides
Idioma: português
Número de páginas: 300
Tradução: Trupersa (Trupe de tradução e encenação de teatro antigo)
Direção de tradução: professora Tereza Virgínia Ribeiro Barbosa (Fale/UFMG)
Onde comprar: https://www.relicarioedicoes.c...

Serviço:

Lançamento da nova edição de “Hécuba” de Eurípides
Data: 1º de junho
Horário: 18h - 21h
Local: Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi, BH)

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Informação da Faculdade de Letras da UFMG

http://www.letras.ufmg.br/

Serviço

Lançamento da nova edição de “Hécuba” de Eurípides

1º de junho de 2022

18h - 21h

Livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi, BH)