Professora do ICB UFMG é premiada em programa de incentivo às mulheres na pesquisa
Estudos de Rafaela Salgado buscam tratamento para Doença de Chagas e infecção pelo zika vírus
A professora Rafaela Salgado, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, foi uma das sete pesquisadoras brasileiras premiadas na 12ª edição do Programa L’Oréal-ABC Para Mulheres na Ciência. A homenagem foi realizada na última terça-feira, 24, na Ilha de Bom Jesus, no Rio de Janeiro.
Rafaela venceu na categoria Química por seu trabalho no desenvolvimento de novos medicamentos para enfermidades, como a Doença de Chagas e a infeção pelo Zika Vírus, por meio de técnicas computacionais. Seu grupo de pesquisa busca alvos terapêuticos para inibir o funcionamento de proteínas fundamentais na fisiologia do vírus e do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas.
Com o método da computação, química medicinal e biologia estrutural, o grupo já avaliou 400 substâncias, que foram disponibilizadas, gratuitamente, pela organização Medicines for Malaria Venture. A expectativa é de que um dos compostos identificados seja capaz de inibir a cruzaína, enzima responsável por funções do protozoário – como a nutrição, a invasão das células do hospedeiro e em sua forma –, resultando em novo tratamento contra a Doença de Chagas.
O próximo passo é utilizar o Planejamento Racional de Fármacos para desenhar um inibidor para uma protease, enzima capaz de quebrar outras proteínas do Zika Vírus, impedindo sua replicação. O grupo também pretende testar a ação dos inibidores em neurônios infectados para aplicar nos estudos sobre a microcefalia.
Mais mulheres na ciência
O L’Oréal-UNESCO For Women in Science foi fundado em 1998, com o propósito de incentivar a inserção de mulheres no âmbito científico. O programa identifica, recompensa, incentiva e põe em evidência o trabalho de pesquisadoras de todos os continentes. Duas delas, inclusive, chegaram a ser reconhecidas com o Prêmio Nobel em 2009: Ada Yonath, cientista israelense que ganhou o Nobel de Química, pelos seus trabalhos pioneiros sobre a estrutura do ribossomo, e Elizabeth Blackburn, bióloga molecular dos Estados Unidos, vencedora do Nobel de Fisiologia ou Medicina.
(Com informações do site do Programa L’Oréal-ABC Para Mulheres na Ciência)