Professoras da UFMG organizam dia de vacinação contra a covid-19 sensorialmente gentil para crianças com autismo
Com o objetivo de viabilizar e humanizar a vacinação contra covid-19 de crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), professoras da UFMG organizam, no dia 9 de fevereiro, das 8h às 17h30, a ação Vacina bem com um espaço interdisciplinar adaptado sensorialmente.
A ação, que será realizada no Laboratório de Integração Sensorial (Lais), localizado na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, no campus Pampulha, é uma iniciativa do Programa de Atenção Interdisciplinar ao Autismo (PRAIA), coordenado pelas professoras Ana Amélia Cardoso, do Departamento de Terapia Ocupacional, e Maria Luísa Nogueira, do Departamento de Psicologia; em parceria com o Programa Primeira Infância Plena e com o projeto de extensão do Polo de vacinação contra covid-19 da Escola de Enfermagem da UFMG, coordenados pelas professoras Delma Aurélia da Silva Simão e Sheila Aparecida Ferreira Lachtim, respectivamente, do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública da Escola de Enfermagem.
O evento contará com acolhimento para as famílias e crianças, orientação visual e sensorial sobre vacinação, atividades lúdicas de integração sensorial e brinquedos, permitindo que crianças com TEA tenham uma experiência positiva com a vacinação. “As atividades propostas visam à redução da ansiedade, melhoria no bem estar, trazendo ganhos físicos e emocionais, aumento na interação social e nas habilidades de comunicação, redução de barreiras comportamentais e diminuição do estresse”, relata a professora Delma.
Durante a ação, alunos dos cursos de Enfermagem, Terapia Ocupacional, Psicologia, Fisioterapia e Educação Física terão a oportunidade de atuar de forma conjunta e integrada, visando um atendimento humanizado de todos os presentes.
As vagas são limitadas e para participar é necessário realizar um cadastro prévio entre os dias 26 de janeiro e 6 de fevereiro, neste link. É necessário levar a caderneta de saúde da criança, documento de identidade da criança e do responsável. A data para a aplicação da segunda dose ainda será definida.
Importância da vacinação para as crianças com autismo
Delma Simão explica que apesar de crianças com TEA não representarem grupo de risco para a pandemia, muitas inclusive sendo assintomáticas, os efeitos dela ainda são sentidos. Tanto para criança quanto para a família, a mudança de rotina, a falta de ambientes adequados para educação e desenvolvimento desencadeia alterações de humor e podem piorar sintomas. “Outro ponto importante é que, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o impacto da alteração de rotina com o distanciamento social afeta o sono de crianças autistas mais do que crianças neurotípicas. Além disso, por terem sensibilidade sensorial diferenciada, essas crianças podem estar mais sujeitas à contaminação, como no caso de colocar coisas na boca, encostar-se a objetos contaminados, não higienizar as mãos corretamente, entre outros. Pessoas autistas, em geral, têm dificuldades de usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de manter o distanciamento social exigido pela crise sanitária, tornando-se, assim, ainda mais vulneráveis ao contágio pelo coronavírus”.