O Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG (Ipead) da UFMG, que este ano completa 75 anos de existência, calculou o possível impacto das reduções de preços anunciadas pela Petrobras nesta terça-feira, 16 de maio, sobre o índice de inflação em Belo Horizonte. Foram considerados os seguintes percentuais de queda de preços: gasolina, -12,6%, gás de cozinha, -21,4% e óleo diesel, -12,7%. 

Em um cenário hipotético em que a queda de preços seja integralmente repassada para os consumidores, a inflação acumulada em quatro semanas teria uma queda de 0,76 pontos percentuais no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e de 1,05 pontos percentuais no Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR), que considera famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos.

Para se ter uma ideia da magnitude desse impacto, deve-se considerar o seguinte: o IPCA de BH das últimas quatro semanas, encerradas dia 15 de maio, apresentou variação de 0,86%. Se a redução de preços do gás de cozinha, da gasolina e do diesel estivessem ocorridos há quatro semanas e sido integralmente repassada para os consumidores, o aumento do IPCA teria sido de apenas 0,10%, ou seja, 88,3% menor que o índice efetivamente apurado pelo Ipead. 

No caso do IPCR, ao invés de subir 1,90% nas últimas quatro semanas, teria subido 0,85%. Vale recordar que a elevação dos índices de inflação em BH nas últimas semanas está fortemente ligada ao reajuste das tarifas de ônibus.

Também no cenário hipotético de repasse integral da redução de preços aos consumidores, o preço médio da gasolina comum em BH cairia dos atuais R$ 5,28 captados pelo Ipead para R$ 4,61. Já o gás de cozinha cairia de R$ 121,70 para R$ 95,66, o que seria a primeira vez desde julho de 2021 que o preço médio do gás de cozinha ficaria abaixo de R$ 100,00 na capital mineira.

Vale reiterar que o impacto efetivo a ser sentido pela população dependerá da magnitude dos repasses dos demais agentes da cadeia de distribuição e comercialização para seus preços.