Reitoria faz hoje transferência simbólica para o Norte de Minas em comemoração aos 41 anos do ICA/UFMG
O campus regional da UFMG em Montes Claros comemora 41 anos de fundação hoje, 15 de maio, data que marca a transferência simbólica da Reitoria para o Norte de Minas. De manhã estão sendo inauguradas a rede de esgotamento sanitário do campus e a linha do ônibus interno, que liga a Moradia Cyro Versiani dos Anjos ao Restaurante Universitário.
No fim da tarde, às 17h, a professora Nilma Lino Gomes, da Faculdade de Educação, vai ministrar a palestra Universidade, conhecimento e diversidade: conquistas e desafios. Às 19h30, a Câmara de Vereadores de Montes Claros fará uma homenagem à UFMG.
Também dentro das comemorações será lançada a chamada de apoio a eventos culturais e esportivos no Campus, com valor total de até R$ 40 mil. A Chamada ICA/UFMG 01/2017 selecionará dez propostas de atividades, apresentadas por docentes, técnico-administrativos em educação e/ou estudantes, que receberão aporte de até R$ 2,5mil. Também serão selecionadas três atividades culturais ou esportivas, de maior abrangência e impacto à comunidade acadêmica, que receberão aporte de até R$ 5 mil. Nesse caso, as propostas devem ser feitas somente por servidores da Universidade.
Sábado, 13 de maio, a primeira edição do Campo no Campus reuniu cerca de 700 pessoas em 37 oficinas gratuitas sobre rotina do campo como jardinagem, alimentação de gado de leite, construção de fossas sépticas, tratamento de madeira, compostagem e práticas com GPS. O objetivo do evento – que integra as comemorações dos 90 anos da Universidade e dos 41 anos do campus regional – foi estreitar a relação entre produtores rurais do Norte de Minas Gerais e a Universidade.
História
Nas quatro décadas de presença em Montes Claros, a UFMG atuou em diversas frentes, ofertando cursos de ensino técnico, médio e superior. O então Colégio Agrícola Antônio Versiani Athayde, incorporado à Universidade em 1968, mantinha cursos de formação técnica em Agropecuária. Mais tarde, em 1975, foram instalados cursos superiores de curta duração em Administração Rural e Bovinocultura.
O primeiro curso superior regular foi o de Agronomia, criado em 1999, no então Núcleo em Ciências Agrárias (NCA) da UFMG. Seis anos depois, foi instituído o curso de Zootecnia e, em 2009, a unidade passou a ofertar também Administração, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia Florestal. O Instituto de Ciências Agrárias (ICA) foi criado um ano antes, em 15 de maio de 2008, com ênfase nas atividades de extensão, presentes desde os tempos de Colégio Agrícola.
“A região onde hoje está localizado o campus Montes Claros era uma fazenda, que se desenvolveu com a vinda do Colégio Técnico e da UFMG. Desde o início, sempre houve uma preocupação em atender à comunidade, porque a Universidade não está aqui sozinha. Por meio das atividades de nossos alunos e docentes, sempre voltadas para a realidade local, chegamos até o produtor”, contextualiza a professora do ICA e coordenadora do Centro de Extensão (Cenex), Júlia Maria de Andrade, que ingressou na Instituição nos anos de 1970.
Atualmente, o ICA conta com 17 programas e 115 projetos de extensão ativos, além de 82 eventos. Somente em 2016, o público beneficiado pelas iniciativas, que incluem visitas técnicas, capacitação e palestras, foi de quase 50 mil pessoas, segundo o Cenex.
“É preciso valorizar e compreender a importância da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. A proposta de ofertar um ensino de graduação e pós-graduação de qualidade no campus regional de Montes Claros não deve se dissociar da produção do conhecimento pela pesquisa nem de uma extensão participativa e inclusiva”, defende o diretor do ICA, Leonardo David Tuffi Santos.
Reestruturação
A oferta de pós-graduação na unidade a partir de 2006, com o curso de mestrado em Ciências Agrárias, contribuiu para consolidar o campus regional de Montes Claros como um dos principais centros de geração de tecnologia no semiárido mineiro. “Em 2012, promovemos uma reestruturação na pós-graduação. Transformamos a área de Ciências Agrárias em Produção Vegetal, que ajudou na nucleação dos mestrados em Produção Animal e Sociedade, Ambiente e Território”, informa o professor Regynaldo Arruda Sampaio, que à época coordenava o curso de Pós-graduação em Ciências Agrárias.
A mudança surtiu efeito, e a área alcançou conceito 4 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – 3 era o conceito anterior. No ano passado, foi criado o doutorado em Produção Vegetal, “o que indica que estamos no caminho certo para consolidar a pós-graduação em nosso campus”, afirma Sampaio.
Os cursos de pós-graduação possibilitaram melhorias na infraestrutura do campus, com a implantação de laboratórios e compra de equipamentos de última geração, que favoreceram a produção de pesquisas e artigos mais aprofundados, publicados em revistas científicas de impacto. O Centro de Pesquisa em Ciências Agrárias (CPCA), complexo de laboratórios multiuso, é uma das novas instalações. Inaugurado em 2013, o Centro reúne laboratórios de biotecnologia, engenharia de alimentos, controle da poluição, metabolismo animal, plantas medicinais e aromáticas e sanidade animal e saúde pública, além de salas que abrigam equipamentos de precisão para pesagem e preparo de amostras, moinhos, estufas, incineradores, freezer e câmara fria.