Seleção sexual é tema de palestra na UFMG
Interpretações modernas sobre a seleção sexual, tema introduzido, na segunda metade do século 19, por Charles Darwin em sua teoria da evolução, serão abordadas em palestra nesta terça-feira, dia 21 de fevereiro, no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (ICB), pelo professor Roscoe Stanyon, do Departamento de Biologia da Universidade de Florença, da Itália. A palestra será ministrada no auditório 3 do ICB, no campus Pampulha, a partir das 13h e mais informações podem ser obtidas pelo telefone (31) 3409-3011.
Os estudos de Stanyon estão concentrados nos mecanismos e processos envolvidos na evolução do genoma dos primatas, a fim de melhor compreender a evolução e as origens da espécie humana.
No resumo de sua palestra, Stanyon lembra que, na visão de Darwin, a seleção sexual era modulada pela competição masculina e pela escolha feminina como explicação para diferenças nas características sexuais secundárias, às vezes gritantes mesmo dentro de uma mesma espécie. “Vários cientistas da época, no entanto, nunca aceitaram de pronto a seleção sexual – em parte pela visão de que as fêmeas não escolhem, mas estão sujeitas à coerção dos machos”, afirma.
Segundo ele, a discussão sobre seleção sexual permaneceu adormecida durante grande parte do século 20 e só voltou com força nos anos 1970 por intermédio dos sociobiólogos, “que reconhecem dois tipos de seleção sexual: intrassexual, baseada em competição entre membros do mesmo sexo para conseguir parceiros, e intersexual, fundamentada em feições que atraem o sexo oposto".
“A seleção sexual provém um sistema responsivo que conecta genes, expressão genética, hormônios, morfologia, estrutura social e comportamento, e a teoria sobre ela representa um dos campos mais pertinentes de pesquisa evolucionária para as ciências antropológicas”, analisa o pesquisador.
Primatas e genoma humano
Para compreender os mecanismos envolvidos na evolução do genoma dos primatas, Roscoe Stanyon recorre, entre outras técnicas, à citogenética molecular comparativa. Os resultados de seus estudos forneceram contribuição significativa para o entendimento das relações filogenéticas e taxonômicas das várias espécies de primatas e a origem do genoma humano.
Nos últimos 12 anos, ele vem liderando programa de pesquisa sobre etologia primata, que aborda, principalmente, a evolução social e cognitiva de primatas do Velho Mundo.
O professor da Universidade de Florença participa de pesquisa desenvolvida na UFMG, liderada pela professora Marta Svartman, do ICB, intitulada Citogenética molecular de macacos do Novo Mundo: contribuição para a taxonomia, filogenia e conservação.