Seminário na UFMG aborda relação entre modelos econômicos, trabalho e saúde
Rompimento de barragem da Vale em Brumadinho será um dos temas de debate
Com o intuito de aprofundar a compreensão das relações entre modelos econômicos e saúde, especialistas da área e da segurança do trabalhador (SST), pesquisadores, sindicalistas e representantes de associações patronais participam, dias 11 e 12 de abril, no auditório da Escola de Engenharia da UFMG, campus Pampulha, do Seminário modelos econômicos, trabalho e saúde. A solenidade de abertura será às 8h30. As inscrições devem ser feitas pela internet, até 10 de abril.
O rompimento da barragem de rejeitos da Vale em Brumadinho será abordado no painel Relações econômicas, trabalho e saúde no setor de mineração -Modelos de gestão, catástrofes e responsabilidade, que terá a participação da professora do IFMG, Renata Bastos; Evandro da Gama, da Escola de Engenharia da UFMG; Francisco Lima, professor de Engenharia de Produção da UFMG e Eugênio Diniz, do Fundacentro.
A programação combina intervenções de pesquisadores com relatos de experiências em SST que reconheçam a contribuição dos trabalhadores para construir e manter sistemas de produção de alta confiabilidade.
De acordo com os organizadores, o seminário se situa na confluência de dois movimentos iniciados em paralelo que, agora, convergem em um programa integrado: a luta por melhorias das condições de trabalho e pela prevenção de acidentes e doenças dos trabalhadores e a busca de alternativas econômicas, por reconhecer que o capitalismo cria limitações ao desenvolvimento pleno das capacidades dos trabalhadores assalariados, afetando sua saúde física e mental.
O seminário é fruto de parceria entre a UFMG, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), a Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro) e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) de Minas Gerais. O evento integra as jornadas promovidas pelo Centro de Estudos e Práticas em Saúde e Segurança do Trabalhador (Ceprasst).
Programação
No dia 11 de abril serão realizadas as mesas Demandas sociais em SST, Relações econômicas, trabalho e saúde no setor elétrico e Relações econômicas, trabalho e saúde no setor de mineração, a partir das 9h.
No segundo dia, o evento contará com a participação dos pesquisadores franceses François Hubault e Christian du Tertre. François Hubault, da Université Paris I, abordará o tema O que pode a ergonomia quando o modelo econômico não muda?, na mesa Relações econômicas, trabalho e saúde na agroindústria.
Christian du Tertre, da Université Paris VII, participará da discussão Modelos econômicos, trabalho e saúde, com o tema A perspectiva da economia da funcionalidade e da cooperação (EFC): por um modelo servicial da performance integrando economia, atividade e afetos. O pesquisador é um dos precursores da economia da funcionalidade e da cooperação na França, desenvolvida, sobretudo, a partir da experiência da retomada do desenvolvimento na região do Norte do seu país, nos anos 1990, após a decadência da indústria da mineração e siderúrgica.
O debate Dispositivos sociais de intervenção para responder às demandas em SST: o que fazer? encerrará o seminário, com a participação de integrantes da comissão coordenadora: Francisco Lima, professor da Escola de Engenharia da UFMG, Eugênio Diniz, tecnologista da Fundacentro, e Renata Bastos, professora do IFMG – campus Ouro Preto.