Série de podcasts do Ieat UFMG aborda a memória como fundamento da existência humana
Abordagens inspiradas na cosmologia indígena, na filosofia, na literatura e na psicanálise são exploradas nos sete episódios
Já está disponível nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Amazon Music e no canal do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) da UFMG no YouTube o primeiro episódio da série Memória pra quê?, produzida pela historiadora e museóloga Ana Paula Brito, catedrática do programa Cátedras Calas-Ieat, promovido pelo Centro Maria Sibylla Merian de Estudos Latino-americanos Avançados (Calas) e pelo Instituto de Estudos AvançadosTransdisciplinares (Ieat). Todos os sete episódios serão lançados nas plataformas até 30 de dezembro.
De acordo com a historiadora, a série explora o tema da memória por diferentes prismas, como "a cosmologia indígena, a filosofia, a literatura, o direito, a psicanálise, a arquitetura, os territórios, os museus, o futuro e o passado". "Mais do que destacar o papel da memória como elemento relevante para a preservação da história, as conversas com os convidados deverão produzir reflexões mais profundas sobre o papel da memória como fundamento coletivo daquilo que nos torna humanos", diz o texto de apresentação do podcast.
No episódio de estreia, foi entrevistado o líder indígena, escritor e ambientalista Ailton Krenak. Ele provoca reflexão sobre a relação entre a memória humana e a memória da terra. Do episódio 2, participam o psicanalista Paulo Cesar Endo e a gestora do Museu Worikg, Dirce Jorge, da etnia indígena Kaingang, que ampliam o debate sobre a importância dos memoriais e dos museus.
No episódio 3, com o título Para que preservar recordações de passados traumáticos?, a professora emérita da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Letícia Mazzucchi e o professor de Teoria Literária da Unicamp Márcio Seligmann discutem limites e potencialidades de acontecimentos que marcam a sociedade negativamente.
Atentado à democracia
A imediatez da memorialização do atentado à democracia é o tema do episódio 4, do qual participam a desembargadora federal Inês Prado e a procuradora federal Manuelita Hermes. O episódio 5, por sua vez, aborda Museus de direitos humanos: o caso chileno e o futuro Museu da Democracia Brasileira. Os entrevistados são a coordenadora do Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile, Maria Luísa Ortiz Rojas, e a presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Fernanda Castro.
No episódio 6, a arquiteta Gegê Joseph e o catedrático da Universidade de Barcelona Ricard Vinyes tratam do papel da memória na defesa da democracia. Por fim, no episódio 7, Ana Paula Brito faz um balanço da temporada, destacando a pesquisa sobre o atentado à democracia brasileira ocorrido no dia 8 de janeiro deste ano, na forma de invasão e depredação das sedes dos três poderes em Brasília.
Memória pra quê? é um dos produtos do projeto A memória "salvadora" não garante o nunca mais, desenvolvido por Ana Paula Brito. A produção mescla conteúdo científico com opiniões pessoais dos convidados e reúne especialistas que discorrem sobre temas que permeiam o universo da memória em seu uso na sociedade contemporânea.