Natália Barros defendeu projeto-pesquisa que discute efeitos da experiência global da pandemia na forma de conceber e construir espaços

Ensaios do corpo no lugar de morar, trabalho de conclusão de curso apresentado por Natália Barros na Escola de Arquitetura da UFMG, em 2020, ficou em segundo lugar no concurso Quebrando a Banca 2021.

Em seu projeto-pesquisa, Natália investiga o habitar em confinamento e as consequências da pandemia de covid-19 na relação entre corpo e arquitetura. Ela propõe a discussão sobre os efeitos da experiência global de confinamento na forma de conceber e construir espaços. Apoiado em abordagem fenomenológica e em contribuições da dança, da cenografia, das artes visuais e da tecnologia, o trabalho propôs outros modos de pensar e fazer arquitetura.

De acordo com Natália Barros, a pandemia redefiniu as relações sociais, a dinâmica de trabalho, a organização e uso dos espaços e o papel das tecnologias. “O interesse do olhar foi deslocado para os eventos dentro de casa, e a arquitetura tem se reinventado e ajudado a construir outras perspectivas de mundo. A intenção do trabalho foi construir uma análise crítica sobre os limites, as potencialidades e os desafios da arquitetura nesse cenário”, diz a arquiteta e pesquisadora, que atualmente cursa mestrado na UFMG. Ainda segundo ela, o projeto propõe o “despertar da sensibilidade corporal para a produção e apropriação dos espaços”.

Os produtos finais do trabalho fugiram dos padrões. “Em vez dos tradicionais desenhos técnicos, imagens renderizadas e monografias elaboradas, propus experimentos variados, a fim de questionar, criar e reinventar a relação corpo-casa”, escreve a arquiteta na apresentação de seu trabalho.

No início de 2021, o projeto-pesquisa Ensaios do corpo no lugar de morar foi eleito pelo site ArchDaily um dos 40 melhores estudos de arquitetura do ano anterior. Na ocasião, Natália concedeu entrevista à Rádio UFMG Educativa.

Arquitetura afetiva

Natália Dário Mendes Barros é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG, com formação em Arquitetura Paisagística na Universidade de Lisboa (Portugal). Cursa mestrado em Arte e Arquitetura na UFMG. Suas pesquisas acadêmicas e artísticas estão relacionadas, especialmente, à experiência do corpo, à criação de espaços sensíveis e ao desenvolvimento de uma arquitetura mais afetiva. Ela é também cenógrafa, flautista e artista da dança.

Visibilidade

O Quebrando a Banca, empresa e canal de Arquitetura e Urbanismo, foi criado pelos arquitetos e urbanistas Fernanda Manfro e Augusto Dieguez, formados pela PUC-RS. A empresa oferece serviços de mentoria e consultoria sobre estratégia e argumentação para bancas de TCC de Arquitetura.

O Prêmio QB 2021 foi a primeira edição do concurso de melhores TCCs de Arquitetura avaliados com nota 100. Durante todo o ano de 2021, o Quebrando a Banca selecionou projetos de excelência de todo o país e apresentou para seus seguidores no Instagram. Os vencedores foram os mais votados on-line. A ideia do concurso é dar visibilidade à produção de estudantes e recém-formados.