Teatro Universitário da UFMG realiza sua primeira formatura de forma virtual
A temporada on-line reúne cenas curtas e oficinas em todo o mês de junho
Pela primeira vez, os estudantes do Teatro Universitário (TU) da UFMG encerram o ciclo de formação técnica com uma estreia inteiramente on-line. A turma trilhou um percurso criativo que se aproxima, ao mesmo tempo, da fantasia e da performance, adotando diversas linguagens artísticas no arranjo cênico. A formatura conta com uma programação diversificada, que reúne cenas curtas e realização de oficinas com equipe e elenco. A temporada acontece de 4 a 27 de junho pelo canal do YouTube do TU. Acompanhe toda a programação no Instagram.
Os contos do escritor brasileiro Murilo Rubião compõem o início do fio dramatúrgico de diversas cenas que serão apresentadas na formatura. O conteúdo das apresentações, porém, não se restringe à obra de Rubião. Pelo contrário, as temáticas retratadas em cada cena extrapolam as narrativas do escritor, ampliando o espectro das possibilidades de interpretação e de atuação, reforçando o caráter autoral e o protagonismo de cada formando na construção das cenas.
Antes da pandemia, o contato físico e as trocas presenciais eram dinâmicas comuns do ofício teatral, que é essencialmente coletivo. Contudo, diante do atual cenário de incertezas, o processo precisou ser repensado diversas vezes – tanto em planos pedagógicos, quanto em questões técnico-estruturais. Nesse contexto, os percalços e os conflitos enfrentados para a concepção da formatura foram muitos: de que forma adaptar aulas práticas ao modelo remoto emergencial? Como gravar uma cena em casa? Quais recursos devem ser mobilizados para concretizar a formatura? Como criar em meio ao caos? Como prosseguir diante de tantas adversidades?
“Houve uma força coletiva, mesmo que só”, afirma a formanda Gracielle Prado. Nesse paradoxo, que mescla o estar só com os encontros virtuais, os alunos conseguiram desenvolver todo o trabalho remotamente, contando com a escuta e com o acolhimento dessa nova turma, que se reconfigurou totalmente neste processo.
Da dramaturgia à visualidade da cena, o processo criativo foi conduzido pelos próprios formandos, em diálogo com os professores, estagiários, produção e equipe técnica. Ao mesmo tempo, os desafios da execução cênica foram enfrentados com criatividade. Pais e mães se tornaram produtores; companheiros atuaram na iluminação; familiares foram encarregados pela manutenção dos objetos cênicos; amigos contribuíram com a gravação. Experiências teatrais que envolveram o apoio de pessoas que, a princípio, não dimensionavam o horizonte dos bastidores e da produção teatral.