Tese UFMG: debate público sobre mineração enfrenta constrangimentos em Minas
Tema do novo episódio do ‘Aqui tem Ciência’, da UFMG Educativa, pesquisa defendida na Ciência Política investiga as causas do fenômeno
O rompimento das barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019, colocaram a atividade de mineração no centro do debate público no estado de Minas Gerais, com abertura de audiências públicas e comissões especiais, além de ampla cobertura da imprensa. No entanto, passado algum tempo o debate esfriou e a questão voltou a um lugar secundário. A avaliação é do pesquisador Filipe Motta, autor da tese de doutorado Constrangimentos ao debate público sobre mineração em Minas, defendida, em maio deste ano, no Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UFMG.
Filipe analisou os fatores que contribuem para constranger o debate sobre mineração em Minas Gerais. Um dos aspectos apontados pelo pesquisador é a sub-representação da sociedade civil em órgãos como o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). Na esfera do poder legislativo, o financiamento de campanhas políticas por empresas, que era legalizado até 2014, pode ter contribuído para a pressão política das mineradoras no parlamento e afetado a tramitação do projeto de lei Mar de lama nunca mais.
A pesquisa também buscou compreender como os diferentes atores envolvidos disputam as durações e os ritmos dos conflitos sobre mineração e de que maneira as diferentes características dos sujeitos, seus modos de vida, assim como o manejo das regras institucionais e o poder afetam essa relação entre tempos, ritmos e o debate público sobre mineração.
Saiba mais no novo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.
Raio-x da pesquisa
Tese: Constrangimentos ao debate público sobre mineração em Minas
O que é: tese de doutorado que apresenta análise sobre fatores que contribuem para constranger o debate sobre mineração em Minas Gerais
Pesquisador: Filipe Motta
Ano da defesa: 2021
Programa de Pós-graduação: Ciência Política
Orientador: professor Ricardo Fabrino Mendonça
Financiamento: Capes
O episódio 57 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Alessandra Ribeiro. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.
O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados de um trabalho de pesquisa desenvolvido na Universidade.
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.