Grupo da Enfermagem revelou que um terço dos fumantes aumentou o consumo nesse período

O trabalho Aumento do consumo de cigarros durante a primeira onda da pandemia de covid-19 no Brasil: prevalência e fatores associados, do grupo de pesquisa Observatório de Doenças e Agravos Não Transmissíveis, da Escola de Enfermagem da UFMG, foi premiado em primeiro lugar no último Congresso da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, realizado em agosto. 

O grupo investigou o comportamento de fumar na população adulta brasileira durante a pandemia e analisou os fatores associados ao aumento do consumo de cigarro. O inquérito virtual de saúde, realizado de 24 de abril a 24 de maio de 2020, ouviu 45.160 indivíduos. Foram utilizados pesos de pós-estratificação e estimadas as razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas por sexo, idade e escolaridade, e os respectivos intervalos de 95% de confiança. Os resultados apontaram que a prevalência de fumantes foi de 12%, dos quais 34% referiram aumento no consumo de cigarros. Essa elevação foi maior entre as mulheres e entre indivíduos com o ensino médio incompleto. 

Elton Sady, primeiro autor e responsável pela apresentação do trabalho no evento, afirma que cerca de um terço dos adultos brasileiros referiram aumento do consumo de cigarros durante a pandemia de covid-19 e que os achados do estudo sugerem que a piora da saúde mental, da qualidade do sono, da autoavaliação do estado de saúde e a ausência de rendimentos são fatores associados a esse aumento. “Por isso, estratégias de promoção da saúde, de prevenção do uso e de incentivo à cessação do consumo de cigarros devem ser continuadas e reforçadas durante o período de pandemia no Brasil”. 

O trabalho foi coordenado pela professora Deborah Malta e é assinado pelos graduandos em Enfermagem Elton Junio Sady Prates, Francielle Thalita Almeida Alves e Maria Luiza Moreira de Souza, e pelas egressas do doutorado em Enfermagem Crizian Saar Gomes e Alanna Gomes da Silva.