Trabalho publicado pelo Cedeplar reúne ações da UFMG no combate à pandemia

Relatos de profissionais ligados à Universidade ressaltam o valor do conhecimento acumulado e a necessidade de retomar o investimento

Sobretudo nos países em desenvolvimento, a resposta às múltiplas e urgentes necessidades geradas pela pandemia de covid-19 se ancorou, em grande parte, nas universidades e centros de pesquisa. A agilidade da reação da UFMG nas mais diversas áreas, desde o início de 2020, inspirou o Texto para Discussão (TD) Algumas respostas da Universidade Federal de Minas Gerais à covid-19, recém-publicado pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar). No material, professores e outros profissionais vinculados à Universidade relatam uma série de ações bem-sucedidas ao longo dos primeiros 18 meses de pandemia. 

“É importante que as informações sobre essas iniciativas sejam organizadas e mostradas à sociedade”, afirma a professora Márcia Rapini, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face), coordenadora e uma das autoras do trabalho. Ela ressalta o caráter não sistemático e não exaustivo do trabalho, que abrange também ações de apoio à comunidade, em várias frentes.

O texto reúne ações de ensino, pesquisa e extensão. Os autores relatam a atuação de estruturas como o Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano) – um exemplo é o desenvolvimento de plataforma que utiliza nanossensores de ouro para diagnóstico da covid-19 – e iniciativas como o CooLabs Covid-19, consórcio de laboratórios que se dedica à detecção da doença. Assinam o artigo nomes vinculados à Face, ao CTNano, ao Programa de Pós-graduação em Gestão de Inovação Tecnológica (PPGGIT), à CTIT (órgão destinado à proteção e transferência da inovação da UFMG), e à Fundep, (fundação de apoio à Universidade).

Agendas redirecionadas

Docente do Departamento de Economia da Face, Márcia Rapini salienta que pesquisadores redirecionaram suas agendas para se somar ao esforço de combate à covid-19 e que o know-how consolidado no campo organizacional e a abordagem madura da inovação foram cruciais para que a UFMG encontrasse, em prazos curtos, soluções das mais diversas naturezas. “Os canais para a resolução de problemas sociais são amplos e diversos, extrapolam os núcleos de inovação e as políticas das universidades para o setor. Eles abrangem prestação de serviços e a interlocução interna, que implica articulação de diferentes áreas do conhecimento e práticas de gestão”, diz Márcia Rapini.  

O texto publicado pelo Cedeplar enfatiza que a resposta imediata da UFMG só foi possível porque há muito conhecimento e experiência acumulados na instituição e recursos humanos qualificados, resultado de anos de investimento governamental. Esse patrimônio foi acionado, em parte, por recursos de editais específicos para o enfrentamento da crise sanitária.

“A história da atuação da UFMG e de outras universidades brasileiras reforça que é fundamental retomar os investimentos necessários para o funcionamento pleno das instituições, drasticamente reduzidos nos últimos anos, ou não teremos condições de responder tão bem a uma próxima situação de emergência”, ressalta Márcia Rapini, que se dedica a estudos sobre economia da inovação. Ela menciona ainda a expectativa de que o artigo estimule outras instituições a divulgar suas ações no combate à covid-19.

Texto para Discussão (Cedeplar): Algumas respostas da Universidade Federal de Minas Gerais à covid-19

Autores: Raissa Guerra, Bernardo Annoni, Thaís F. T. Simões, Juliana Crepalde, Nathália Domingues, Glaura Goulart Silva e Márcia Siqueira Rapini

Publicação: novembro de 2021

Texto de Itamar Rigueira Jr.

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG