UFMG coordena projeto institucional sobre redes de cuidado em saúde na Terra Indígena Yanomami

Para fazer frente ao quadro de emergência sanitária que vivem os povos Yanomami e Ye’kwana agravada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY), a professora Érica Dumont Pena, da Escola de Enfermagem da UFMG, em parceria com a professora Ana Gomes, da Faculdade de Educação (FaE), também da UFMG, e a antropóloga Ana Maria Machado, coordenam o projeto de extensão com interface em pesquisa Redes de Cuidado em Saúde na Terra Indígena Yanomami.

É um projeto de caráter interinstitucional e interdisciplinar, com o objetivo de desenvolver atividades colaborativas para o fortalecimento de ações de saúde, neste ano com o foco no cuidado no pré-natal e em saúde sexual e reprodutiva das mulheres Yanomami e Ye’kwana. As ações do projeto acontecem em Roraima, tanto na Terra Indígena Yanomami quanto na cidade de Boa Vista; também são realizadas em Belo Horizonte ou remotamente, por meio de oficinas, produção de materiais, cursos on-line, atividades de estudo e formação de profissionais indígenas e não indígenas que atuam na TIY.

O projeto articula um conjunto de atividades desenvolvidas por professores e estudantes da Escola de Enfermagem, Faculdade de Medicina, Faculdade de Educação, do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), pesquisadores e colaboradores  da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Instituto Socioambiental (ISA), Hutukara Associação Yanomami (HAY), Associação Wanasseduume Ye’kwana (Seduume), Projeto Xingu (Unifesp), da Coordenação de Atributos e Promoção de Saúde Indígena (Coapro)/ Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena(Dapsi)/Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami Ye´kuana (DSEIYY), do Ministério dos Povos Indígenas e do Hospital Sofia Feldman.

A antropóloga Ana Maria Machado, que atua junto aos Yanomami há 17 anos, destacou a importância dessa ação. “Acompanhamos durante o governo anterior ações deliberadas que incentivaram a invasão garimpeira massiva da Terra Indígena Yanomami, e isso veio acompanhado de um desmonte dos serviços de saúde como parte de um plano genocida. Nesse cenário, houve total falta de assistência à saúde das mulheres Yanomami e Ye’kwana, agravada pela série de violências sexuais que estavam expostas essas mulheres durante a invasão garimpeira. O projeto Redes de Cuidado em Saúde surge a partir de uma solicitação das mulheres Yanomami, para que sejam reerguidas e reestruturadas as ações voltadas para a saúde dessas mulheres”.  

O projeto é financiado pela Funai e, de acordo com Nikolas Mendes, coordenador de Acompanhamento de Saúde Indígena, é essencial para melhorar a atenção à saúde materna na Terra Indígena Yanomami. “A equipe de especialistas e pesquisadoras Yanomami realizou um diagnóstico de campo em setembro de 2024, promovendo diálogos com as mulheres do xapon Watoriki e gerando informações valiosas para interpretar os dados de saúde e desenvolver um protocolo sensível às especificidades culturais e regionais. A continuidade desse trabalho é fundamental para qualificar a atuação das equipes de saúde e reduzir a mortalidade materno-infantil, uma prioridade da Sesai".

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Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem da UFMG

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