Objetivo é propor ações emergenciais de saúde e educação e articular ações para combater violações aos direitos humanos

Os povos indígenas Yanomami e Ye´kwana enfrentam graves problemas sociais e sanitários no norte do Brasil. Um grupo de Trabalho (GT) da UFMG, de caráter multidisciplinar, lançou, no dia 7 de agosto, um programa de extensão composto por uma rede interinstitucional de entidades e instituições que desenvolverão projetos articulados de educação e saúde com essas populações.

As ações serão propostas a partir de demandas das próprias comunidades. Em outubro deste ano, serão realizadas oficinas com a participação de indígenas de ambos os povos. O objetivo desses primeiros encontros, nas aldeias, é discutir saberes e práticas de cuidado no território e elaboração de materiais didáticos interculturais e também capacitar professores indígenas, Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan).

Esperança
O encontro na UFMG que marcou o lançamento do programa teve a participação, por videoconferência, do líder indígena Davi Kopenawa Yanomami.

“Há esperança; estamos muito contentes e felizes que desse diálogo (com a Universidade) sairão projetos concretos para cuidar da nossa floresta e da educação e saúde de nossas mulheres, crianças e jovens”, comemorou Kopenawa. Também participou do encontro (por videoconferência) Júlio Ye’kwana, liderança do povo Ye´kwana.

Outro foco de atuação do programa se refere ao combate às violações de direitos humanos nesses territórios. O grupo já está trabalhando, por exemplo, para a reabertura de escolas yanomami desativadas pela Secretaria de Educação de Roraima. “A proposta é sermos ‘um lugar institucionalmente credenciado’ para agir nessas situações”, destaca a professora da Faculdade de Educação (FaE) da UFMG Ana Gomes, que é coordenadora do Grupo de Trabalho e membro do Observatório da Educação Intercultural Indígena.

Rede
Vinculado à Universidade dos Direitos Humanos (UDH), da Pró-reitoria de Extensão (Proex/UFMG), o Grupo de Trabalho tem a participação de docentes e discentes da Faculdade de Educação, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich), Escola de Enfermagem e Faculdade de Medicina. No momento, integram a rede entidades como a Hutukara Associação Yanomami (HAY), a Associação Wanasseduume Ye’kwana (SEDUUME), o Instituto Socioambiental (ISA) e outras universidades federais.

A UFMG também participa de outras ações de pesquisa, ensino e extensão em apoio aos direitos das comunidades indígenas, nesse caso, com foco nos povos Xakriabá e Maxakali.