UFMG promove encontro com mestres de saberes tradicionais e artistas que receberam título de Notório Saber

Com atividades abertas ao público, evento vai diplomar detentores de conhecimentos tradicionais de 11 territórios da Bahia e de Minas Gerais

De 17 a 21 de outubro, o campus Pampulha da UFMG receberá um encontro com mestres e artistas do Notório Saber - detentores de saberes tradicionais indígenas e afro-brasileiros que foram reconhecidos a partir de 2020 com a titulação acadêmica em nível de doutorado. Eles participarão de uma série de atividades, que engloba rodas de conversa, oficina, exposição, exibição de filmes, lançamento de livros e performances. A programação completa pode ser vista no site da semana do Conhecimento e a entrada é gratuita e aberta a todos os interessados, de acordo com o limite de ocupação de cada espaço.

A abertura do Encontro será às 17h de segunda-feira, com cerimônia de diplomação dos mestres e artistas, organizada pela Pró-reitoria de Pós-Graduação no Auditório Nobre do Centro de Atividades Didáticas de Ciências Biológicas (CAD1), no campus Pampulha. De terça a sexta-feira, ocorrerão seis rodas de conversa, nas quais os titulados vão tratar de temas como a luta pela terra e o território, a relação com a mata e os rios, entre outros, além da oficina Chamando o mato de volta. As atividades formativas ocorrerão no auditório Sônia Viegas da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e na Estação Ecológica, que neste ano completa 30 anos de existência.

Também na Estação Ecológica, três artistas mineiros agraciados com o título - Ricardo Aleixo, Maurício Tizumba e Gil Amâncio -, farão performances na terça, quarta e quinta, respectivamente, sempre às 14h.
Na terça e quinta, às 18h30, estão programadas sessões comentadas do filme Essa terra é nossa e outros produzidos pela Formação Transversal em Saberes Tradicionais. O local será o Bosque da Música, no campus Pampulha.

Na quarta, às 11h30, serão lançados os primeiros livros da coleção Notório Saber, que reúne os memoriais dos mestres e artistas. Na ocasião, também ocorre o lançamento de alguns títulos da coleção Teia dos Povos e do selo PPGCOM-UFMG. No mesmo dia, às 19h, o Espaço do Conhecimento UFMG inaugura a exposição Feito de folhas e penas. Organizada em dois eixos, a mostra exibirá o Manto Tupinambá, produzido por Glicéria Tupinambá, e desenhos de Japira Pataxó sobre as ervas e plantas conhecidas da etnia.

As fotos dos agraciados podem ser acessadas aqui.

Notório Saber

A atribuição de Notório Saber é uma titulação acadêmica em nível de doutorado que foi regulamentada em maio de 2020 de forma pioneira pelo Conselho Universitário da UFMG. Ela pode ser outorgada a pessoas que não frequentaram o universo acadêmico, mas que dedicaram suas vidas à aquisição, constituição e transmissão de conhecimentos tradicionais de relevância social e coletiva para suas comunidades.

De acordo com a reitora da UFMG, professora Sandra Regina Goulart Almeida, o título representa o reconhecimento a pessoas que contribuem com ações de ensino, pesquisa e extensão da UFMG. “Além de serem referências em suas áreas, elas nos ensinam que a universidade é espaço de produção de conhecimento e também de interação com outros saberes”, afirma a reitora, para quem é uma satisfação constatar que a UFMG está na vanguarda desse processo entre as universidades brasileiras. “Com nossos mestres, mestras e artistas de notório saber, a UFMG se torna uma universidade ainda melhor e mais bem preparada para compreender o mundo e propor soluções para transformá-lo”, acrescenta.

A concessão do título é feita pela Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG). "Para além do lugar comum, a diplomação dessas mestras e mestres é o resultado de um longo processo, que tem início nas trajetórias extraordinárias dessas pessoas, no lastro de seu conhecimento fundado nas e com as comunidades, passando pela ação de grupos na universidade que, em esforço de abertura epistêmica, pautaram o notório saber como passo necessário para uma universidade plural, inclusiva e de qualidade”, afirma o pró-reitor adjunto de pós-Graduação, Eduardo Soares Neves Silva.

Como explica César Guimarães, coordenador da Formação Transversal em Saberes Tradicionais e um dos curadores do evento, os primeiros títulos de Notório Saber foram concedidos a 12 mestres envolvidos em encontros interepistêmicos entre o conhecimento científico e os saberes dos povos indígenas e afro-brasileiros. Outros três títulos foram concedidos a artistas que têm longo e profícuo histórico de participação em festivais, palestras, cursos e eventos promovidos pela UFMG. “Mestras, mestres e artistas entram na universidade como protagonistas, sujeitos emancipados e donos de múltiplos saberes e formas de expressão que vem descolonizar não só a academia, mas a própria sociedade brasileira”, declara.

Segundo o pró-reitor de Cultura da UFMG, Fernando Mencarelli, realizar um evento público como este representa um momento de grande contentamento. “A medida inédita simbolizou a abertura da UFMG a outras epistemologias e modos de conhecimento não eurocêntricos. Mas, somente agora, após dois anos de pandemia, finalmente poderemos celebrar esta conquista na presença dos titulados. Na ocasião, aproveitamos para unir a comunidade acadêmica em torno desses artistas, mestras e mestres para aprender com eles neste encontro”, afirma.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG

Serviço

Encontro com mestres de saberes tradicionais e artistas que receberam título de Notório Saber

17 a 21 de outubro de 2021

Campus Pampulha da UFMG