UFMG recebe debate sobre o papel da Universidade nas mobilizações decorrentes do desastre de Mariana
A UFMG sedia amanhã, dia 28 de junho, o encontro Do luto à luta: Pensar a universidade a partir das resistências no Rio Doce. Aberta a pesquisadores, ativistas e moradores da bacia do Rio Doce, a atividade abrigará discussões sobre a forma como a Universidade tem-se inserido no contexto do desastre e como as resistências construídas refletem sobre as atividades de pesquisa e extensão.
O evento será no auditório da Biblioteca Central, campus Pampulha, a partir das 14h. As inscrições serão feitas no próprio local, momentos antes da atividade.
O encontro é promovido pelo programa Participa UFMG – iniciativa de engajamento nas questões relativas ao pós-desastre – em parceria com o Observatório Interinstitucional de Mariana-Rio Doce, que conta com a participação de pesquisadores da UFMG, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
A professora Claudia Mayorga, pró-reitora adjunta de Extensão da UFMG e coordenadora do Observatório, afirma que, "as narrativas dos atingidos têm potencial para dar visibilidade e provocar reflexões sobre as resistências, as singularidades dos grupos sociais e as convergências nas lutas pela efetivação dos direitos humanos construídas em mais de um ano e meio após o desastre”.
Relembre
Em novembro de 2015, rompia-se a Barragem do Fundão, localizada no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. O desastre, que provocou 19 mortes – de moradores e funcionários da mineradora –, resultou também no despejo na natureza de dezenas de milhões de metros cúbicos de rejeitos da mineração. Mais de dez toneladas de peixes foram dizimados.
O rompimento poluiu do Rio Doce e gerou danos ambientais que se estenderam até os estados do Espírito Santo e da Bahia, além de impactos culturais, sociais, históricos, econômicos e afetivos. A barragem era de propriedade da Samarco Mineração, empresa controlada pela Vale e pela BHP Billiton.