UFMG tem duas finalistas no Prêmio Jabuti

Professora Leda Martins, da Fale, e a mestra pela EBA Leíner Hoki concorrem no eixo 'Não ficção'

A poeta e dramaturga Leda Maria Martins, professora da Faculdade de Letras (Fale), e a pesquisadora Leíner Hoki, mestra pelo Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG, estão entre os dez finalistas do Prêmio Jabuti, no eixo Não ficção, categoria Artes. Os cinco finalistas serão conhecidos nesta terça-feira, dia 8. O anúncio dos vencedores ocorrerá em 24 de novembro. 

Leda Maria Martins foi indicada pela autoria do livro Performances do tempo espiralar, poéticas do corpo-tela (2021), publicado pela editora Cobogó. Na obra, ela apresenta ensaios em que explora inter-relações entre corpo, tempo, performance, memória e produção de saberes, principalmente os instituídos por meio das corporeidades. “A indicação já é um grande reconhecimento do meu trabalho, o que me deixa muito feliz”, comemora.  

Considerada uma das principais pensadoras do teatro brasileiro, em especial das artes cênicas negras, com projeção internacional, a professora tem outras cinco obras individuais publicadas: Cantigas de amares (1983) e Os dias anônimos (1999), de poesias, e os ensaios O moderno teatro de Qorpo-Santo (1991), A cena em sombras (1995) e Afrografias da memória (1997, reeditado em 2021). Também é autora das antologias Solstício (1995) e Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica (2014). 

Hibridismo

A pesquisadora Leíner Hoki, por sua vez, foi indicada por seu primeiro livro individual, Tríbades, safistas, sapatonas do mundo, uni-vos: investigações sobre a poética das lesbianidades, lançado pela editora Margem da Palavra/Urutau. A publicação é resultado da dissertação de mestrado que ela defendeu em 2020 na EBA, orientada pela professora Maria Angélica Melendi. 

Leíner Hoki define o livro como um “trabalho híbrido” que une as artes e a literatura. A autora conta que, inicialmente, o objetivo era fazer uma historiografia de produções criativas em artes visuais relacionadas às lesbianidades. Ao perceber que esse recorte poderia limitar sua análise a um “trabalho elitizado”, decidiu incluir outras produções, que abrangem desde poesias a jardins cultivados em latas por mulheres negras. “É um objeto de estudo invisibilizado, que ocupa um lugar de apagamento, por isso eu não tive o mesmo acesso em fontes históricas tradicionais”, revela. 

Em sua 64ª edição, o Prêmio Jabuti homenageia a filósofa Sueli Carneiro, expoente do movimento negro brasileiro. A premiação, realizada pela Câmara Brasileira do Livro, teve 4.290 livros inscritos

Texto de Alessandra Ribeiro

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG