As técnicas da criação de rãs são tema de programa da TV UFMG
A ranicultura é disciplina recente do curso de Aquacultura da Universidade
As técnicas da criação de rãs foram implementadas ao curso de Aquacultura da UFMG durante o último ano e o “De Olho nos Bichos”, programa da TV UFMG em parceria com a Escola de Veterinária, foi até o setor de ranicultura da Universidade para conversar com o professor Galileu Crovatto Veras sobre o assunto.
Segundo Galileu, o objetivo da criação do animal nas instalações da Veterinária é desenvolver pesquisas científicas relacionadas ao tema, como as que se referem ao bem estar das rãs durante as etapas de desenvolvimento. É o que aborda a doutoranda da Universidade Federal do Pará, Adriana Xavier, de passagem pelo programa de pós-graduação em Zootecnia da UFMG, em sua tese.
Dentre as pesquisas realizadas por Adriana, está a relação do transporte desses animais com seu nível de estresse. Em um dos experimentos, a doutoranda coletou amostras de sangue das rãs após o transporte feito em caixas plásticas, como normalmente é realizado pelos produtores brasileiros. Uma delas foi preenchida com espuma úmida, diferente do método tradicional de transporte.
Os resultados estão em processo de análise, mas o objetivo é comparar o nível de estresse desses animais em ambos os cenários - com e sem a presença da espuma - para distinguir qual deles garante um maior conforto para as rãs. O bem estar do animal influencia na reprodução da espécie e na qualidade do produto final comercializado, garantindo fatores como a maciez da carne. Na UFMG, também são desenvolvidas outras pesquisas relacionadas à cadeia de produção de rãs.
Valorização do produto
Segundo a professora do Departamento de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal (DTIPOA) da Escola de Veterinária, Carla Ferreira Soares, a baixa oferta é um dos fatores responsáveis pelo preço elevado da carne de rã, cujo quilograma é vendido, em média, por R$48 no Mercado Central de Belo Horizonte. Ela destaca certo preconceito por parte dos consumidores, principalmente, devido à aparência do produto.
As pernas são a parte da rã que contêm a maior porção da carne, e por isso são mais valorizadas pelos produtores. Para Carla, elas não são muito “agradáveis aos olhos”, o que dificulta a aproximação dos consumidores, por isso, novas formas de se apresentar e elaborar o produtos são necessárias.
O professor da Escola de Veterinária, Afonso Liguori, coordena a produção de salsichas e empanados de rã junto aos alunos de graduação em Aquacultura. O produto ainda está em fase de pesquisa, mas tem como objetivo apresentar novas possibilidades da fabricação para os pequenos produtores, visando o reaproveitamento das partes menos valorizadas da carcaça, além de atrair um público mais jovem.