A equipe Baja UFMG sagrou-se campeã pela terceira vez da competição Baja SAE Brasil, em disputa realizada de 26 a 30 de março, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A 30ª edição da disputa reuniu 58 times formados por alunos de engenharia de todo o país. “Essa conquista representa o ponto máximo de reconhecimento do trabalho feito pelo grupo, um processo que inclui planejamento, projeto, construção, execução, testes e validação do protótipo em pista”, afirma o professor Fabricio Pujatti, coordenador da equipe. A Baja UFMG já havia vencido as edições de 2013 e 2015, e conquistou também sete campeonatos regionais. 

Com 26 anos de história, a Baja UFMG é formada por estudantes dos cursos de Engenharia de Sistemas, Controle e Automação, Elétrica, Mecânica, Produção e Química. Eles são responsáveis pelo desenvolvimento integral do veículo. O protótipo deste ano é a evolução do conceito desenvolvido em 2024, um off-road (fora de estrada) com tração quatro por quatro que conquistou o vice-campeonato nacional. A partir dessas experiências, o projeto foi aprimorado, sobretudo no que se refere à redução de peso.

Em condições adversas
Segundo Pujatti, a competição é a soma de todas as avaliações, que começam com as inspeções técnicas de segurança e avaliação de projeto e termina na validação com o enduro de resistência, uma prova com quatro horas de duração cujo objetivo é alcançar o maior número de voltas. “A competição representa a fase final de um ciclo de desenvolvimento do produto, que deve ser apresentado para profissionais do setor automotivo de áreas como projeto, fabricação e testes. Eles são os juízes da competição”, conclui o professor.

Os alunos desenvolvem um veículo off-road projetado para enfrentar condições adversas de terreno. Na competição, os protótipos são desafiados a enfrentar terrenos irregulares, lama e terra batida. Os carros ainda passam por provas dinâmicas que testam aceleração, velocidade máxima e frenagem, tração, manobrabilidade e suspensão. O Baja UFMG foi o primeiro colocado geral nas provas dinâmicas e em suspensão, em que apenas dois carros conseguiram completar o circuito. Essa é a prova com o traçado mais desafiador, com curvas apertadas, valetas, rampas e outros obstáculos.

Ao longo da competição, além da primeira colocação geral, a equipe do “cabelo vermelho”, como é conhecida, ficou em terceiro lugar nas etapas de apresentação de projeto e de aceleração, fez a segunda melhor apresentação de powertrain e alcançou a primeira colocação em relatório de projeto e no superprime.

Com a vitória, a equipe da UFMG classificou-se mais uma vez para a etapa internacional, que será realizada nos Estados Unidos, em 2026. Com o vice-campeonato conquistado no ano passado, o time já havia assegurado a participação na edição deste ano, que será disputada em Maryland. Para isso, a equipe está arrecadando os recursos necessários para arcar com a logística, que envolve custos de exportação, transporte e estadia. O apoio está sendo prospectado com patrocinadores e a comunidade universitária.