Em palestra, Marcílio França Castro fala das relações entre lei e literatura
Bate-papo com o contista mineiro ocorre na manhã desta sexta-feira, na Faculdade de Direito, no âmbito das comemorações dos 95 anos da UFMG
![Foto: Divulgação | Arquivo pessoal Marcílio França Castro é autor, entre outras, da coletânea de contos 'Histórias naturais'](https://ufmg.br/thumbor/B1rDvlEttWsLrR87HOxTyJb3nzA=/0x121:1027x805/712x474/https://ufmg.br/storage/d/3/b/6/d3b6a2bcddc41970dfc9bce0f9e54cb7_16620399201106_267692341.jpg)
Na manhã desta sexta-feira, 2 de setembro, a partir das 11h15, o escritor mineiro Marcílio França Castro estará na Faculdade de Direito para um bate-papo sobre as relações entre os campos jurídico e literário. Sua presença é fruto de um convite feito por Mônica Sette Lopes, vice-diretora da Unidade e professora do Departamento de Direito do Trabalho e Introdução ao Estudo de Direito.
Realizado no âmbito das comemorações dos 95 anos da UFMG e aberto ao público, o encontro, denominado Conversa sobre literatura entre a gramática e a lei, terá lugar no auditório Alice Monteiro de Barros. A Faculdade de Direito da UFMG fica na Avenida João Pinheiro, 100, centro de Belo Horizonte.
‘Estreitos limites’
“O tema da conversa tem a ver com o lugar de uma literatura em convivência com os territórios da lei e da gramática, uma convivência que pode ser amigável, pode ser contraditória, e às vezes se torna belicosa”, introduz o escritor, autor de Histórias naturais (Companhia das Letras, 2016), elogiada coletânea de contos.
Marcílio detalha a inspiração para a temática do bate-papo. “Há, no título dado ao encontro, certa inspiração em um conhecido comentário feito por Graciliano Ramos logo no início de Memórias do cárcere, em que o narrador afirma que ‘nos estreitos limites a que nos coagem a gramática e a lei, ainda nos podemos mexer’. Mesmo deslocada de contexto, a frase ecoa a imagem preciosa de um embate, que marca de alguma maneira o meu percurso literário”, explica.
![Imagem: Reprodução de capa Último livro do escritor foi publicado em 2016 pela Companhia das Letras](https://ufmg.br/thumbor/3wHj4dQW4peibQ3SFnUNYSsqOqk=/0x0:433x650/433x650/https://ufmg.br/storage/6/c/c/2/6cc2c2e479c3e8bbd5a2e5cc7d3638ee_16620400180601_1605320435.jpg)
Marcílio é egresso da Faculdade de Direito e da Faculdade de Letras da UFMG, onde se tornou mestre em Teoria da Literatura. “E tenho uma obra de ficção e uma carreira de redator no serviço público. É sobre esse campo fronteiriço, e de algumas questões que são postas a partir dele, que pretendo falar”, diz.
Sobre o escritor
Nascido em 1967, Marcílio França Castro é hoje, além de escritor, funcionário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, casa onde organizou, em 2006, o volume Ficções do Brasil: conferências sobre literatura e identidade nacional, que reúne os textos das conferências apresentadas no seminário Literatura e sociedade: cultura e identidade nacionais na ficção brasileira, realizado em 2004 pela Escola do Legislativo.
Após publicar seu volume literário de estreia, A casa dos outros (Editora 7 Letras, 2009), recebeu uma bolsa de criação literária da Fundação Nacional de Artes (Funarte) para escrever sua segunda coletânea de contos, Breve cartografia de lugares sem nenhum interesse (Editora 7 Letras, 2011), que ganhou, em 2012, o Prêmio Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional.
Além de Histórias naturais, dele ainda podem ser lidos o conto A história secreta dos mongóis (Companhia das Letras, 2019) e os textos que o escritor publica mensalmente em sua coluna no blog da sua editora.