Globalização e fluxos migratórios alteram composição de seleções na Copa
Fenômeno foi estudado em pesquisa realizada na USP
O maior artilheiro da história das Copas, Miroslav Klose, conquistou o feito jogando pela Alemanha, mas é a natural da Polônia. Um dos grandes atletas da história do futebol português, Eusébio, nasceu em Moçambique. A equipe da França que se sagrou campeã em 1998 foi liderada por Zinedine Zidane, craque de origem argelina. A naturalização de jogadores de futebol não é um fenômeno recente. Já na primeira Copa, em 1930, a França contava com dois atletas de origem argelina. Mas foi a partir da década de 1990, com a União Europeia, que o fenômeno ganhou força mais força entre as seleções do bloco. Levantamento feito pelo pesquisador Guilherme Freitas, em sua dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da USP, mostra que na Copa de 1990 eram 19 atletas com esse perfil nas seleções europeias. Em 2014, o número saltou para 77. Para se ter uma ideia, no mundial do Brasil, jogadores com perfil multicultural chegaram a ser maioria na seleção da França: 17 dos 23 convocados.
Reportagem é a primeira da série "Universidade da Bola", que mostra a relação entre ciência e futebol ao longo da Copa.
*Com produção de Paula Alkmim