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Luiz Souza, da EBA, é premiado por contribuição para a preservação do patrimônio cultural

Criado na década de 1950, Prêmio Forbes, do IIC, reconhece pela primeira vez um pesquisador da América Latina

Luiz Souza defendeu que se reconheça o patrimônio de grupos e comunidades negligenciadas
Luiz Souza defendeu que se reconheça o patrimônio de grupos e comunidades negligenciadas Foto: acervo pessoal

O professor Luiz Souza, da Escola de Belas Artes da UFMG, foi agraciado com o Prêmio Forbes 2024 do International Institute for the Conservation of Historic and Artistic Works (IIC). O prêmio foi entregue ontem (segunda, 23 de setembro), na abertura do 30º Congresso do IIC, em Lima, Peru. Souza é o primeiro latino-americano premiado com o Forbes, criado na década de 1950 para reconhecer profissionais com contribuição substancial para a preservação e divulgação do patrimônio cultural.

A premiação inclui, tradicionalmente, o convite para proferir a conferência de abertura do congresso. Ao abordar o tema da promoção da diversidade social e inclusão na preservação do patrimônio cultural, o professor da UFMG defendeu que se valorize o patrimônio de grupos e comunidades negligenciadas como as das mulheres, dos negros, quilombolas, indígenas e pessoas LGBTQIAPN+. Souza deu à sua apresentação o título de Eu adoraria mudar o mundo: um patrimônio de cada vez.

“Destaquei o preconceito e a violência que sofrem essas comunidades. O patrimônio cultural é o elo de ligação, é preciso conhecer e respeitar a história e a cultura de todos os grupos”, afirma Souza. Ele mencionou, como ótimo exemplo de iniciativa nesse sentido, o Museu dos Quilombos e Favelas Urbanos (Muquifu), em Belo Horizonte.

Também estão em Lima professores e estudantes da UFMG e membros do INCT Patrimônio Cultural, coordenado na UFMG, primeiro Instituto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MTCI) dedicado aos temas do patrimônio natural, artes, sustentabilidade e território. Luiz Souza é o vice-diretor do INCT, que tem à frente o professor Fabrício Santos, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

Conservação-restauração
Professor permanente do programa de pós-graduação em Artes e em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável, na UFMG, Luiz Antonio Cruz Souza é mestre em Química-Ciências e Conservação de Bens Culturais, com trabalho experimental no Institut Royal du Patrimoine Artistique, na Bélgica, e doutor em Química, sempre pela UFMG, com trabalho experimental com o Getty Conservation Institute (EUA). Fez estágio pós-doutoral na Universidade de Perugia (Itália).

Atualmente é coordenador do Laboratório de Ciência da Conservação (Lacicor), vinculado ao Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor), da Escola de Belas Artes, e à graduação em Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis, na EBA. Coordenou o Programa de Pós-graduação em Artes e dirigiu a Escola de Belas Artes. Hoje integra o conselho consultivo do International Council of Museus (Icom) e ainda é membro permanente do Working Group on Sustainability, da entidade. Integra também o conselho do ICOM Brasil. Sua experiência está na área de Artes e Ciência da Conservação, com ênfase em ciência e tecnologia para a conservação-restauração de bens culturais.