Professor da Faculdade de Direito comenta manifestações antidemocráticas no Brasil
Em entrevista ao programa Conexões, Emílio Peluso, que é coordenador do Centro de Estudos sobre Justiça de Transição, também falou sobre o caso Daniel Silveira
A ditadura militar no Brasil foi um período de perseguição política, autoritarismo e repressão das liberdades dos cidadãos. A Comissão da Verdade confirmou que, durante as duas décadas de ditadura, 434 pessoas foram mortas ou ficaram desaparecidas. Em 1988, uma nova Constituição, a chamada Constituição Cidadã, veio para garantir a manutenção de uma democracia no nosso país. Porém, com o crescimento da extrema-direita no Brasil, têm se tornado comum declarações públicas a favor da ditadura militar, bem como o apoio às torturas e às medidas autoritárias do período.
Na última quarta-feira, 17, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi detido em flagrante por um vídeo publicado na internet no qual fazia apologia ao AI-5, instrumento mais duro de repressão da ditadura militar, e defendia a destituição dos ministros do STF. Silveira já era alvo de duas investigações na Suprema Corte: uma delas apura a convocação de atos autoritários que defendiam o fechamento do Supremo e do Congresso no ano passado, a outra investiga a divulgação de ataques e notícias falsas contra os ministros do STF nas redes sociais. Foi no âmbito dessa, denominada Inquérito das Fake News, que foi determinada a prisão do deputado.
No programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, nesta terça-feira, 23, o professor Emílio Peluso, da Faculdade de Direito da UFMG e coordenador do Centro de Estudos sobre Justiça de Transição, falou sobre o caso Daniel Silveira e demais casos de manifestações antidemocráticas no país.