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Um ano de Open Banking no Brasil

Após a chegada do sistema aos bancos, agora é hora de avaliar se ele realmente beneficiará a população

Há pouco mais de um ano, o brasileiro passou a conviver com um novo recurso para a sua vida financeira, o open banking. Mas mesmo depois desse tempo, muitos de nós ainda não sabemos o que significa e representa o open banking.

De acordo com Leandro Novais, professor da Faculdade de Direito da UFMG e procurador do Banco Central, o Open Banking é um sistema financeiro aberto, onde o cliente tem a possibilidade, caso queira, de compartilhar suas informações financeiras com diferentes instituições bancárias que estejam regularizadas pelo Banco Central (BACEN). Essas informações compartilhadas podem ser o saldo bancário em outras contas, o valor de limite do seu cartão de crédito, seu histórico de pagamentos, se há ou não atrasos e etc.

Do mesmo jeito que o cliente pode optar por compartilhar suas informações bancárias via Open Banking ele pode solicitar o fim desse compartilhamento de dados entre as instituições bancárias.
Nos últimos anos, o número de ataques hackers a instituições financeiras só subiu, com isso, existe a preocupação se os dados compartilhados via Open Banking estão seguros. De acordo com Leandro, sim os dados compartilhados pelo Open Banking usufruem da mesma segurança empregada em outros serviços bancários como o PIX por exemplo, e ainda os dados compartilhados ali são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Por mais que o Open Banking esteja no começo e não entregue neste momento muitos recursos palpáveis para o público final, Leandro, reforça que a longo prazo o compartilhamento dessas informações levará os bancos a oferecer propostas melhores a seus clientes e com isso um acirramento maior na concorrência entre os bancos.

Ricardo Machado Ruiz, professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face) e também pesquisador do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), afirma que por mais que o Open Banking venha a revolucionar o mercado financeiro, ele não democratiza o acesso ao mesmo, pois pessoas que tem um bom histórico com uma instituição, terá esse dado levado em conta pela outra instituição e possivelmente terá melhores condições, já pessoas que tenham alguma restrição ao crédito, continuarão com dificuldade de acessar o crédito na praça.

Atualmente o Banco Central se prepara para mais dois grandes passos, a adequação ao Open Finance pelas instituições e a criação e regulamentação do Real Digital, uma criptomoeda nacional que está sendo desenvolvida pelo Banco Central.

Confira a reportagem feita pela TV UFMG:

Equipe: Diego Balduino (produção); Ângelo Araújo (edição de imagens); Renata Valentim (edição de conteúdo)