Passaporte cultural
UFMG cria modalidade em formação que gera créditos para alunos que frequentam produções artísticas
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Um dos objetivos da UFMG tem sido o de disseminar a ideia de que a cultura é, em si, um lugar de produção de conhecimento e que educação sem cultura é instrução. Nesse sentido, a Diretoria de Ação Cultural (DAC) vem trabalhando para reconfigurar o lugar da cultura na formação do aluno de graduação, de forma a torná-la efetivamente parte de seu projeto acadêmico e formativo.
Um importante passo acaba de ser dado para potencializar essa dimensão: a criação do Passaporte cultural, “documento” que possibilita que os alunos matriculados na formação transversal Culturas em -movimento e processos criativos obtenham créditos acadêmicos ao fruírem de produções artísticas e culturais de linguagens variadas.
O objetivo do Passaporte – uma das modalidades de creditação dessa formação transversal – é estimular os alunos de graduação a desfrutarem da arte em suas variadas formas, enriquecendo sua experiência durante o percurso universitário.
A equipe da DAC, idealizadora da iniciativa, parte do princípio de que a cultura não é apenas um ambiente de produção e disseminação de conhecimento, mas um direito inalienável do cidadão. “Assim, não será cobrado do aluno que ele faça um relatório ou uma análise crítica das manifestações culturais que -frequentar”, explica a professora Denise Pedron, diretora adjunta de Ação Cultural e integrante do comitê didático-pedagógico da formação.
O objetivo do Passaporte é estimular os alunos de graduação a desfrutarem da arte em suas variadas formas, enriquecendo sua experiência durante o percurso universitário.
“A intenção é que a fruição do estudante seja creditada como aquisição do conhecimento, o que inclui, por exemplo, assistir a uma exposição de alta qualidade ou a uma manifestação cultural”, exemplifica o professor Fernando Mencarelli, membro do mesmo comitê.
O Passaporte cultural entrou em vigor na última quinta-feira, dia 18, mesma data em que foi realizada a aula inaugural da formação transversal Culturas em movimento e processos criativos, estruturada pela DAC.
Como funciona
Para completar o seu Passaporte cultural, que é físico e tem o formato de um livreto semelhante ao do documento tradicional, o aluno deverá frequentar o mínimo de 45 horas e o máximo de 90 horas de atividades variadas. Cada atividade, independentemente de sua duração real, equivalerá ao cumprimento da carga horária de uma hora e meia.
“Consideramos não apenas as atividades com as quais todos já estão familiarizados, mas também apostamos na diversidade"
Para comprovar a frequência, o estudante deverá anexar ao Passaporte o ingresso do evento. Caso não haja ingresso, a instituição parceira atestará a presença por meio de carimbo específico da formação transversal no Passaporte.
Só poderão ser adicionadas as atividades desfrutadas nos espaços e instituições culturais de Belo Horizonte e da região metropolitana cadastrados como parceiros da atividade. A lista, que será atualizada regularmente, pode ser consultada no site da Diretoria de Ação Cultural
![Foca Lisboa Leda Martins: aposta na diversidade](https://ufmg.br/thumbor/uhZ9BGK53oZnCfolQoe727sQx2k=/136x0:3650x5383/352x540/https://ufmg.br/storage/6/f/0/1/6f01a0f8d4749de566a74fcf688cb59a_14725852143245_564017257.jpg)
“Consideramos não apenas as atividades com as quais todos já estão familiarizados, mas também apostamos na diversidade, como festas de reinado de irmandades do rosário, mostras hip-hop, apresentações da Velha Guarda do Samba, manifestações urbanas das periferias em várias áreas artísticas, que em geral não são consideradas atividades acadêmicas”, explicou a professora Leda Martins, diretora de Ação Cultural da UFMG e presidente do comitê didático-pedagógico da formação transversal, em entrevista recente ao Portal UFMG. “Estamos constituindo essa rede para que o aluno possa ser exposto a uma diversidade que amplie o seu prisma do que seja atividade cultural e não olhe apenas para as mais hegemônicas. As culturas envolvem processos de criação, visões de mundo e filosofias muito diversificados”, completa.