Organizado pelo Conservatório UFMG, o evento Contraponto músico-literário vai reunir, de 2 a 8 de junho de 2023, artistas que vão conversar sobre temas filosóficos, mitológicos, literários e musicais. Estarão presentes as autoras Jocy de Oliveira, Silvana Scarinci e Letizia Roa. Na programação, haverá mesas-redondas, concertos, masterclasses, performances e lançamento de livros.

O encontro será aberto na sexta-feira, dia 2, no auditório da Escola de Música da UFMG, no campus Pampulha, com a palestra Relato da edição crítica da ópera Ariane & Bacchus (1696), de Marin Marais, a cargo da professora Silvana Scarinci, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No dia 5, segunda-feira, haverá a primeira sessão da mesa-redonda Música, mitos e musas, em que Silvana compartilhará sua experiência como pesquisadora e musicista.

Na terça-feira, dia 6, serão lançados os livros Realejo de vida e morte, de Jocy de Oliveira, com participação do cantor e ator Sàvio Faschét, e Realejo dos mundos, de Adriana Lisboa, que é inspirado em obras e na linguagem de Jocy. No mesmo dia, haverá outra sessão de Música, mitos e musas e masterclasses de violino barroco e baixo contínuo.

Nos dias 7 e 8, os concertos Cantatas de Bach em Mühlhausen encerrarão o evento. Eles serão apresentados pelo grupo Concentus Musicum, de Belo Horizonte, que terá como convidadas Letizia Roa e Silvana Scarinci. O ingresso custa R$ 60 e pode ser adquirido no site da Eventim, para quarta-feira, e no site da Fundação de Educação Artística, para quinta-feira.

Trajetórias
Jocy de Oliveira é doutora honoris causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), compositora, artista multimídia, escritora e pianista. Desde os anos 60, Jocy tem sido pioneira na composição e montagem/direção de obras multimídia, utilizando instrumentos acústicos e eletrônicos e instalações com música, teatro e vídeos. Jocy compôs 23 discos e nove óperas multimídia aclamadas por crítica e público, no Brasil e exterior, e gravadas em DVD pela Naxos. Ela é autora de cinco livros e já recebeu diversos prêmios em música e literatura. Suas composições foram apresentadas em teatros e festivais na Alemanha, Argentina, França, China, nos Estados Unidos, no México e em Portugal. No Brasil, suas obras já compuseram espetáculos no Teatro Municipal de São Paulo e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Jocy de Oliveira é membro vitalício da Academia Brasileira de Música e mestre em Artes/Música pela Washington University (EUA).

Silvana Scarinci é professora da graduação e pós-graduação em Música na UFPR, onde dirige o Laboratório de Música Antiga (Lamusa), responsável pelo resgate, pela edição e performance de obras raras do período barroco. Coordena o projeto Ópera barroca para crianças, desenvolvido nas escolas públicas de Curitiba. Em 2008, Silvana publicou o livro-CD Safo novella: uma poética do abandono nos lamentos de Barbara Strozzi e, em 2014, foi finalista na categoria Cultura do Prêmio Claudia para mulheres de destaque na América Latina. Em 2021, ela lançou o CD Nossos espíritos livres, que lhe rendeu o Prêmio Concerto e uma ampla divulgação na mídia, e participou do encerramento das temporadas da Camerata Antiqua de Curitiba e do Theatro Municipal de São Paulo. Em 2022, com o Lamusa, Silvana apresentou-se na 39ª Oficina de Música de Curitiba, com o espetáculo Monteverdi em tempos de peste, em que faz referência à pandemia vivida pelo autor em 1630 e à covid-19.

Letizia Roa, de Assunção, no Paraguai, é formada em Violino Moderno e Barroco sob orientação do professor Juliano Buosi, no Conservatório de Tatuí (SP). Fez masterclasses com os violinistas Ryo Terakado, Hélène Houzel, Sigiswald Kuijken, Judy Tarling, Mira Glodeanu, Luis Otávio Santos. Como violinista, já trabalhou com a Camerata Barroca Paulista, a Companhia Minaz de Ribeirão Preto, o Conjunto de Música Antiga da USP, o  Coral Ars Nova da UFMG, o Concentus Musicum de Belo Horizonte, o Coro Luther King e os Músicos de Capella. Letizia integrou as orquestras da Universidad del Norte, Sinfônica Nacional do Paraguai e Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Integra hoje a Orquestra Barroca da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp) e atua, desde 2019, como spalla convidada do Concentus Musicum de Belo Horizonte.