Objetos e instalações que remetem a questões dos tempos passado, presente e futuro integram a mostra Liames, das artistas Cristhina Bastos e Kyria Oliveira, aberta à visitação no Centro Culltural UFMG. O termo Liame tem origem no verbo em latim ligare, que significa vínculo, união. As artistas buscam esse vínculo ao compartilharem a mesma poética em suas obras, que exploram a singularidade da matéria e da criação. 

Cristhina trabalha com a construção do casulo. Em muitos casos, os casulos habitam outros casulos, uma metáfora do homem que habita a si mesmo. Ela faz uso da tecelagem, de forma que a corda, o alumínio, o cobre e o latão suscitam nova percepção com base em sua construção conceitual.

Kyria, por sua vez, lida com a diluição da forma pelo tempo, inspirada por paredes antigas castigadas por sua ação. Ela diz que "constrói desconstruindo, rasgando e subtraindo a matéria para dar origem a uma nova concepção".

O vínculo das artistas é a construção diária de um diálogo com o passado, com o presente e com o futuro. Enquanto Kyria olha em direção ao passado e à história para produzir suas obras, Cristhina projeta o futuro ao construir seus casulos.

"O rasgar, cortar e sobrepor camadas faz parte da pesquisa e do questionamento sobre o que somos como resultado do que fomos. É a construção da memória para não esquecer o passado. Por outro lado, acrescentar, liar, criar laços e ligas fazem parte da construção de memórias para o futuro", afirmam as artistas.

Trajetórias
Cristhina Bastos é bacharel em Pintura e pós-graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Kyria Oliveira é bacharel em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Liames segue aberta ao público até 23 de abril, com entrada gratuita e classificação etária livre. Mais informações estão disponíveis no site do Centro Cultural.