Nesta sexta-feira, 4 de outubro, às 19h, o Centro Cultural UFMG realizará a abertura da exposição individual Identidades, da artista visual mineira Giulia Souza. A mostra, que reúne fotografias de algumas vítimas mortas ou desaparecidas durante a ditadura militar no Brasil, propõe uma narrativa de lembranças, afetos e morte. O evento, que será na Grande Galeria do museu, é gratuito e aberto ao público.

"Além de lembrar ou recordar, esquecer também desempenha um papel igualmente significativo. Esquecer faz parte de uma memória saudável, é como se o cérebro fizesse uma triagem do que é relevante e necessário ser retido", reflete Giulia no texto de divulgação.

Ao refletir sobre a memória, Giulia afirma que ela não é apenas um devaneio, mas um processo que exige esforço. "Após refletir sobre isso, podemos nos questionar sobre o que seria de nós sem a capacidade de lembrar. Seríamos capazes de realizar nossas tarefas diárias, estudar ou simplesmente voltar para casa regularmente? Ou teríamos que aprender tudo novamente a cada dia?", questiona a artista.

As fotografias reunidas em Identidades têm os rostos cobertos por manchas pretas, que simbolizam o ocultamento das pessoas brutalmente silenciadas pela ditadura militar. Essa cobertura também representa a tentativa de ocultar a história por muitos anos e privar as gerações futuras da oportunidade de entender o que ocorreu nesse período.

Trajetória
Nascida em 2000, Giulia Souza vive e trabalha em Belo Horizonte, onde é graduanda em Artes Visuais pela UFMG. Seu trabalho está ligado à memória e sua pesquisa tangencia questões da formação da identidade, tempo, fragmentos e morte. O desenho desempenha papel central em sua expressão artística, servindo como campo de influência em que objetos e elementos espaciais conduzem a experiências específicas de imersão na realidade percebida. Na busca por uma compreensão vivencial, o desenho age como um catalisador para a sua percepção tridimensional do mundo. Por meio de diversos processos, Giulia cria interpretações poéticas da paisagem, transformando o ato de desenhar em uma prática sensível e compartilhável que, de alguma maneira, modifica a perspectiva do mundo.