Arte em grafite colore as paredes da Fafich
As paredes do prédio da Fafich, no campus Pampulha, estão sendo ocupadas por 12 grafiteiros que produzem obras com o tema Humanidades e condição humana. As criações tratam de questões contemporâneas como o consumismo, a própria cidade e as vivências dos artistas.
Os grafites, que foram selecionados por meio de edital, fazem parte da reforma da Fafich, iniciada em 2015, que inclui a revitalização de banheiros e auditórios. Quanto à abertura desse espaço, o diretor em exercício da unidade, professor Carlo Gabriel Pancera, comenta que “o concurso de grafite serve para sinalizar disposição da comunidade acadêmica de dialogar com ambiente de que ela faz parte”.
As cores que dão vida ao concreto e quebram o cinza da cidade chegam à Fafich pelas mãos de grafiteiros acostumados com as ruas e muros de Belo Horizonte. Os artistas destacam que essas manifestações ajudam a integrar o ambiente acadêmico ao contexto urbano, demonstrando que questões que mobilizam a universidade são compartilhadas pela população em geral.
Um dos artistas selecionados para ilustrar as paredes da Fafich, Wagner "Fear" Silva é autor da obra Visões. Ele quer chamar a atenção para as ideias, a inocência e a liberdade das crianças, "que se refletem na vida adulta em forma de saudade". Fear gostou da recepção que teve. “Reparei que na Fafich a galera agradece a intervenção, reclamando do branco que tinha na parede. Acho bacana é que o grafite está aí pra todo mundo ver, pelas ruas, nas galerias, e quem quiser entender é só trocar ideia”, comentou.
O grafiteiro Gud, que espalha sua arte há 17 anos, está produzindo, na entrada do prédio, a obra Geração Coca-cola. Seu objetivo é defender o desapego aos bens materiais e a preservação da natureza. Sobre a interação da universidade com a cultura urbana, Gud salienta que "é válido esse reconhecimento da arte, da filosofia e da técnica do grafite. Mas aqui dentro perde um pouco, porque o grafite é na rua, é, de preferência, ilegal”.