Aula aberta e cortejo encerram atividades do Novembro Negro
Programação contou com palestras, aulas, feiras e shows que celebraram conquistas e discutiram desafios no âmbito da UFMG
Aula aberta de percussão com Maurício Tizumba e cortejo do Bloco Tambor Mineiro encerram nesta quarta-feira, dia 7, a programação do Novembro Negro UFMG. A concentração para o cortejo será às 16h na sede da Associação dos Servidores da UFMG (Assufemg), localizada atrás da Escola de Belas Artes, no campus Pampulha. Mais tarde, às 17h, o cortejo caminhará até a Praça de Serviços, cantando cânticos do congado mineiro e da música popular brasileira entoados ao ritmo de tambores, gungas e patangomes.
Em sua quinta edição, o Novembro Negro UFMG teve atividades presenciais e híbridas. Com o tema Permanecer para avançar: o que vem, já está aqui!, a edição deste ano foi marcada pelo resgate do passado, das histórias vividas e da ancestralidade, com referência à ratificação da permanência do negro na Universidade. "Não podemos esquecer que ainda existem muitos avanços a serem construídos, então fizemos uma autorreflexão institucional. As atividades desta edição propuseram debates importantes sobre as ações afirmativas no âmbito da graduação e da pós-graduação, mostrando os desafios das políticas de ação afirmativa", afirma Daniely Fleury, diretora de Políticas de Ações Afirmativas da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da UFMG.
A edição deste ano também celebrou importantes conquistas do povo negro, como a Lei de Cotas, implementada há dez anos, o Programa Ações Afirmativas, que completa duas décadas, e o Centro de Convivência Negra (CCN) da UFMG, criado há cinco anos.
Expressão da resistência
Em sua aula aberta, o líder do Bloco Tambor Mineiro, Maurício Tizumba, vai abordar a cultura afro-mineira, representada pelo congado mineiro, manifestação cultural e religiosa que resiste há mais de três séculos como importante símbolo de expressão da cultura negra em Minas Gerais. "O congado é muito importante para o nosso povo e está sempre representado na festa de reinado. Pôr esse tipo de manifestação em evidência nos ajuda a reafirmar a importância do povo negro na nossa terra", diz Tizumba.
O artista acrescenta que iniciativas como o Novembro Negro UFMG são essenciais para que o negro se torne mais presente na universidade. "Eu gosto de falar desse assunto para o povo branco para que ele tome consciência da importância do negro para o nosso país. Iniciativas que coloquem o negro em evidência na universidade colaboram com isso."
Daniely Fleury acrescenta que a aula aberta de Tizumba, recentemente diplomado pela UFMG como Doutor por Notório Saber, vai ao encontro da necessidade de que instituições de ensino valorizem os conhecimentos e culturas tradicionais. "Tizumba vai mostrar toda a sua trajetória, dialogando com o tema do Novembro Negro para mostrar que a ancestralidade não apenas remete ao passado, mas também nos impulsiona na construção do futuro", conclui.
O Novembro Negro é realizado pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis em parceria com a Pró-reitoria de Cultura da UFMG.