Na segunda-feira desta semana o Ministro da Justiça, André Mendonça, anunciou que pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República que abram um inquérito para investigar uma charge do cartunista Renato Aroeira publicada no domingo, dia 14, no site Brasil 247 e no twitter do jornalista Ricardo Noblat. O Ministro afirmou que baseou o pedido na Lei de Segurança Nacional que prevê punição para quem “caluniar ou difamar o presidente da república”, imputando-lhe “fato definido como crime ou ofensivo à reputação”.

A charge mostra o presidente Jair Bolsonaro com um pincel e uma lata de tinta preta nas mãos após pintar as pontas de uma cruz vermelha, como as usadas em hospitais, transformando a cruz em uma suástica, símbolo do regime nazista. No desenho, Bolsonaro ainda aparece dizendo: “Bora invadir outro”, em referência ao vídeo em que o presidente incentivou apoiadores a entrar em hospitais, para verificar se os leitos estavam realmente ocupados. No alto da imagem aparece escrito “Crime Continuado”.

A notícia gerou reações de chargistas de todo o país que viram na atitude do governo uma tentativa de censura e um ataque à liberdade de expressão. A partir daí foi organizado um movimento nas redes sociais, onde chargistas do Brasil e do mundo recriaram a charge de Aroeira, com o título de “Charge Continuada” e postaram nas redes sociais com as hashtags #chargistascontracensura e #somostodosaroeira. As charges estão sendo reunidos em um perfil no Instagram, que já reúne, desde terça-feira, centenas de desenhos em apoio ao cartunista e contra a censura.

O movimento Somos Todos Aroeira, foi tema da entrevista do programa Expresso 104,5 da Rádio UFMG Educativa. Quem falou sobre o assunto foi o chargista Brum, do jornal Tribuna do Norte, de Natal, um dos administradores do perfil Somos Todos Aroeira no Instagram.

As charges em apoio ao cartunista estão reunidas no perfil Somos Todos Aroeira no Instagram.