Estudantes com transtornos de aprendizagem enfrentam desafios na pandemia
Em entrevista à TV UFMG, psiquiatra diz que separar dificuldades externas daquelas originárias de uma condição especial é fundamental para o êxito do tratamento
O desenvolvimento humano é um processo complexo e longo. Cada organismo trabalha as qualidades cognitivas em um ritmo próprio. Para os indivíduos com transtornos de aprendizagem, como o do Espectro Autista (TEA), existem outras formas de organização do mundo e de aquisição de capacidades. Os impedimentos também são próprios de cada quadro.
"A pandemia bateu muito forte na gente, estudantes que entraram em 2020, mas bateu mais forte ainda em mim que tenho essa condição", relata o estudante de jornalismo da UFMG Álvaro Alchaar, que sofre de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Separar as dificuldades advindas do ambiente externo daquelas originadas de alguma condição é uma tarefa complicada, mas essencial para o tratamento. "Quando falo de transtorno de aprendizagem, eu não estou falando de qualquer dificuldade em aprender. Estou falando de uma capacidade específica modificada ali no meu cérebro de direcionar a informação que chega de uma forma diferente", afirma o psiquiatra Alexandre Hatem.
O tratamento é possível, por isso a procura do diagnóstico profissional é aconselhada, em qualquer fase da vida. Mesmo para os transtornos mais severos, o acompanhamento especializado pode auxiliar na inclusão do indivíduo na sociedade e em modelos não tradicionais de ensino.
Equipe: Victor Rocha (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Ruleandson do Carmo (edição de conteúdo)