Estudo sobre envelhecimento da população LGBT recebe apoio da Prefeitura de Belo Horizonte
Executivo municipal sinalizou que vai empregar o resultado da pesquisa da UFMG no planejamento geral do envelhecimento da população de BH
Pesquisa da UFMG foca nos desafios, angústias, obstáculos e necessidades de ser uma pessoa LGBT+ idosa em Belo Horizonte. Além de buscar compreender a discriminação que o grupo vivencia devido a idade, identidade de gênero e orientação sexual, o projeto Longeviver LGBT+ busca traçar um diagnóstico do envelhecimento da população LGBT+ na capital mineira.
O estudo Longeviver LGBT+ é fruto de parceria entre o Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero, o Diverso UFMG, e a Prefeitura de Belo Horizonte, e tem o objetivo de construir instrumentos que subsidiem o governo com dados a respeito das necessidades de mulheres lésbicas, homens gays, pessoas trans e travestis, além de pessoas de outras identidades de gênero e sexualidade dissidentes com mais de 60 anos.
O programa Conexões recebeu, nesta quinta-feira, 17, o professor da Faculdade de Direito da UFMG e coordenador do Núcleo Diverso, Pedro Nicoli, para conversar sobre o projeto LongeviverLGBT. Durante a conversa, o professor comentou sobre a deficiência de levantamento de dados e pesquisas sobre a população LGBTQIA+, principalmente no recorte de idosos.
“As pessoas idosas sofrem com uma série de violências que dizem respeito a sua idade, que incluem violência física, psicológica, sexual, abandono, negligência, isolamento. Essas são situações experimentadas de maneira geral por pessoas idosas, sobretudo em vulnerabilidade social. E as pessoas LGBT também sofrem com as formas específicas de violência contra suas existências, que, de alguma forma, desafiam os padrões estabelecidos, as normas socialmente impostas de identidade de gênero e sexualidade, A LGBTtfobia também tem muitas formas e impõe a essas pessoas uma realidade que é muito violenta, tanto do ponto de vista físico, quanto do subjetivo", afirmou.
Pedro Nicoli também explicou como funcionará a coleta de dados da pesquisa e como esse diagnóstico amplo poderá apoiar a formulação de políticas públicas, abrangendo temas como saúde, estrutura familiar, segurança e o perfil socioeconômico do público entrevistado.
O Núcleo Jurídico de Diversidade Sexual e de Gênero (Diverso UFMG) é um programa de extensão criado em 2014, que tem os objetivos de promover estudos sobre mulheres e pessoas LGBT e articular ações políticas e legais contra violências baseadas no gênero e/ou na sexualidade. No site da iniciativa, estão disponíveis detalhes sobre todos os projetos desenvolvidos pelo núcleo e o formulário para participação de voluntários no estudo Longeviver.
Produção: Laura Portugal sob a orientação de Luiza Glória
Publicação: Flora Quaresma, sob orientação de Hugo Rafael