Junho Vermelho faz apelo por novos doadores de sangue
Hospital Risoleta Neves repôs 43% do estoque mensal, em média, nos últimos 12 meses; coordenadora da Agência Transfusional da unidade ressalta que a doação deve se tornar um hábito
Com o objetivo de destacar a importância da doação de sangue, o mês de junho ganha a cor vermelha. A Campanha Junho Vermelho, além de homenagear os doadores, busca chamar a atenção de mais pessoas para a necessidade de também realizar esse gesto. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são feitas 3,4 milhões de doações de sangue anualmente. Apesar de significativo, é necessário que esse número aumente, pois a saúde daqueles que precisam de sangue depende dessa doação.
Um exemplo são os números do Hospital Risoleta Tolentino Neves, da UFMG, que recebe bolsas de sangue da Fundação Hemominas e precisa repor o estoque, evitando assim o desabastecimento para atendimentos de urgência, emergência e cirurgias. Nos últimos 12 meses, a média mensal de reposição foi de 43%, ou seja, de um total de 6.901 bolsas de sangue fornecidas, o hospital conseguiu repor apenas 2.974.
Em entrevista ao programa Conexões desta quinta, 10, a coordenadora da Agência Transfusional do Hospital Risoleta Neves, Doutora Márcia Kanadani, afirmou que em junho sempre há diminuição nas doações de sangue por causa da mudança de tempo, do aumento de casos de viroses respiratórias e proximidade das férias.
Além disso, a pandemia agravou o quadro, mas a médica ressaltou que os postos de coletas estão preparados para fazer o procedimento com toda a segurança para os doadores. Assim, ela fez um apelo para que as pessoas doem sangue o mais rápido possível, exceto aqueles que são do grupo de risco para covid-19, que devem evitar o ato neste momento, ajudando no incentivo e conscientização.
“O sangue salva vidas diariamente. Dependemos totalmente da solidariedade das pessoas para conseguir oferecer esse tratamento. O Risoleta Neves é responsável pelo acolhimento de um grande número de pessoas. Em 2020, foram realizados mais de 3 mil partos e mais de 69 mil atendimentos de urgência e emergência. Nesses momentos ou mesmo no momento do parto a gente pode observar a ocorrência de algum imprevisto e, muitas vezes, temos histórias com final feliz que, se a gente não tivesse disponível o sangue para oferecer para o paciente naquele exato momento, poderiam ter tido um desfecho diferente”, detalhou.
Dessa maneira, é importante que a ajuda se torne um hábito de cada voluntário. Segundo o Ministério da Saúde, 1,6% da população brasileira é doadora, número que, como afirma a Doutora Márcia Kanadani, está dentro do que espera a Organização da Saúde (OMS), mas ela ressalta que há muita variação nos períodos de férias e feriados prolongados – que também é quando há mais acidentes rodoviários e mais necessidade de transfusão.
A médica destacou que aqueles que receberam a vacina contra covid-19 devem esperar para doar. No caso da CoronaVac, o período é de dois dias e para quem foi imunizado com as fórmulas da AstraZeneca e da Pfizer é necessário um intervalo de sete dias para a doação de sangue. Em Minas Gerais, temos as opções da Fundação Hemominas e da Vita Hemoterapia, por exemplo.
Produção: Alessandra Dantas e Laura Portugal, sob a orientação de Luiza Glória
Publicação: Alessandra Dantas