Nupad celebra 30 anos de triagem neonatal no SUS
Redução da mortalidade infantil e de casos de deficiência intelectual compõem legado do Núcleo para a sociedade
O Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), vinculado à Faculdade de Medicina, completa 30 anos de atividades neste mês de setembro. O Programa de Triagem Neonatal (PTN) de Minas Gerais também chega à sua terceira década e integra o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), do Ministério da Saúde, sob gestão da Secretaria de Saúde (SES) de Minas Gerais.
Antes do PTN, o exame conhecido como teste do pezinho só estava disponível em caráter privado. “Não havia triagem gratuita, e mesmo as coletas de serviços particulares eram enviadas para laboratórios de São Paulo. Apenas faziam o teste as pessoas que tinham condição de pagar”, lembra o professor José Nélio Januário, diretor do Nupad.
O teste do pezinho e o acompanhamento ambulatorial das crianças influenciaram positivamente os indicadores de saúde do estado. “A criação do PTN refletiu na queda de casos de deficiência intelectual por fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito. Por exemplo, hoje não vemos mais casos de cretinismo, que é uma forma gravíssima de hipotireoidismo. As ações também reduziram a mortalidade infantil, especialmente pelo acompanhamento da doença falciforme”, acrescenta José Nélio.
Conduzido inicialmente como um programa de extensão, o Nupad se tornou, em 1995, um órgão complementar da Faculdade de Medicina. Ao longo do tempo, algumas doenças entraram no painel, como a doença falciforme (1998), a fibrose cística (2003), a hiperplasia adrenal congênita (2013), a deficiência de biotinidase (2013) e outras.
O painel atual é composto de12 doenças. Após a triagem, os casos suspeitos passam por exames de confirmação. Quando o diagnóstico é confirmado, a rede assistencial do SUS acompanha o caso, que muitas vezes dura toda a vida.
Em 2023, o Nupad ultrapassou a marca de sete milhões de mineiros triados no estado. Hoje, o programa abrange 3.823 Unidades Básicas de Saúde, nos 853 municípios de Minas Gerais. Até julho deste ano, 7.818 pessoas estavam em acompanhamento ambulatorial em decorrência do trabalho do PTN.
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