Poeta, letrista, professor e expoente do movimento Mimeógrafo, Antônio Carlos Brito, o Cacaso, foi um dos maiores nomes do cenário literário nacional durante os anos de chumbo da ditadura militar. A morte do escritor, em 1987, ocorreu três anos após a publicação de Beijo na Boca, sua mais famosa antologia. Seus ensaios, resenhas, contos e poemas, conhecidos principalmente pela oposição aos padrões literários e construção de um estilo de escrita singular, foram essenciais na articulação da Poesia Marginal, que segue sendo referência para a literatura contemporânea. 

As seis antologias publicadas por Cacaso, além de diversos poemas inéditos, estão reunidas no livro Poesia Completa, lançado este ano pela Companhia das Letras. O volume constrói um retrato fiel e integral do escritor, que pretendia, acima de tudo, transformar a ordem da literatura. 

Em entrevista ao programa Universo Literário desta segunda-feira, 3, a professora do Departamento de Letras da UFMG Vera Casa Nova apresentou as características e reafirmou a importância da obra de Antônio Carlos Brito. A professora também fez leituras de textos do poeta e até cantou trechos de letras do autor de quem foi contemporânea, no Rio de Janeiro. Casa Nova ainda lembrou que Cacaso “é um poeta das coisas mais simples, assim como foi Manuel Bandeira, por isso mesmo, beira o complexo”.

Produção: Laura Portugal e Marden Ferreira, sob orientação de Luiza Glória

Publicação: Alessandra Dantas