Pesquisa e Inovação

Negros apresentaram risco de morte 9% superior ao de brancos em 2020

Pesquisa com participação da UFMG trabalhou com o conceito de 'excesso de mortalidade'; 187 mil óbitos a mais do que o esperado foram registrados no Brasil em 2020

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Negros são mais vulneráveis no contexto da covid-19Charlotte May I Pexels

Pesquisadores da UFMG, da organização não governamental Vital Strategies e da Universidade de Brasília mostraram, em estudo publicado em junho na revista European Journal of Public Health, o tamanho da disparidade entre mortes de pretos, pardos e brancos no Brasil durante a pandemia de covid-19. Uma das conclusões foi a de que pretos e pardos apresentaram risco de morte 9% maior do que brancos no ano de 2020. 

Quatro pesquisadores da UFMG participam do estudo: Luisa Brant, Bruno Ramos Nascimento e Antonio Luiz Pinho Ribeiro, professores da Faculdade de Medicina, e Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem. 

A pesquisa trabalhou com o conceito de excesso de mortalidade, ao observar as mortes registradas no país em 2020 e comparar, com base no número de óbitos dos últimos anos, com a mortalidade esperada no ano passado. Os resultados revelam que houve um excesso de mortalidade de 20,2% no Brasil em relação às mortes esperadas para 2020. Isso significou 187 mil mortes a mais no país. Esse excesso foi desigual entre os diferentes grupos raciais. Entre pretos e pardos, foi, em média, de 26,3%, enquanto entre os brancos foi de 15,1%. 

Saiba mais na reportagem de Alicianne Gonçalves:

Leia o artigo Racial disparity in excess mortality in Brazil during covid-19 times.

Luisa Brant: fatores que explicam
Luisa Brant, da Faculdade de Medicina, é uma das autoras do estudoBeth Freitas