Programa Conexões aborda, em entrevista, o golpe de 64 e a crise militar
Professora Priscila Brandão, do Departamento de História da UFMG, foi a convidada para falar sobre o tema
Esta quinta-feira, 1° de abril, marca os 57 anos do golpe militar que deu início a um regime ditatorial que durou mais de duas décadas no Brasil. O golpe aconteceu na madrugada do dia 31 para o dia 1º. Essa é uma parte da história do país que gostaríamos de esquecer, mas da qual é preciso relembrar, para que não se repita. Foi um período traumático para os brasileiros e, desde então, a presença dos militares na política tem sido motivo de discussões e receios.
Agora, em 2021, a proximidade do presidente da República com as instituições militares levanta diversas questões. A relação de Jair Bolsonaro com os militares começou cedo, já que frequentou escolas e institutos militares. Em março de 2015, deixou de ser militar da reserva e passou a ser capitão reformado do Exército. Sempre se posicionou como defensor da ditadura militar e de figuras como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado pela prática de tortura durante o regime. Na campanha eleitoral presidencial de 2018, a defesa das instituições militares foi uma grande bandeira de Bolsonaro, e não é diferente no seu governo, que conta com uma expressiva participação militar.
Nesta semana, essa relação entrou em crise. Por discordâncias, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e os três comandantes das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) fizeram uma renúncia conjunta. O programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, recebeu a professora do Departamento de História da UFMG Priscila Brandão, doutora em ciência política e autora de vários artigos e livros sobre as relações civis-militares e serviços de inteligência no Brasil e no Cone Sul, para falar do golpe de 64 e fazer uma análise da crise militar atual.