Programa Conexões discute, em entrevista, plano de reabertura das escolas em BH
Apesar de uma parte da população pedir e pressionar pela reabertura imediata, entidades e representantes educacionais argumentam sobre os perigos de uma volta precoce do ensino presencial
Desde o ano passado, alunos, pais e professores pedem a reabertura das escolas de Belo Horizonte. No dia 1º de fevereiro, a Secretaria Municipal de Saúde divulgou o plano de abertura das redes pública e privada em três fases: primeiro, alunos da educação infantil, de 0 a 5 anos; depois, alunos de 6 a 8 anos; por fim, alunos de 9 a 14 anos. Também foi levantada a possibilidade de os professores e colaboradores das escolas serem priorizados na campanha de vacinação da cidade.
A primeira data proposta para o início da reabertura dos estabelecimentos de educação infantil foi 1º de março, mas, para isso, seria necessário que os casos de covid-19 atingissem o patamar seguro de 20 a cada 100 mil habitantes. A uma semana de março, os educadores da cidade ainda não foram vacinados e são registrados mais de 270 casos a cada 100 mil habitantes.
Na última quinta-feira, 18, manifestações de pais e alunos da rede privada foram realizadas, a favor da abertura das escolas. Em resposta, a Secretaria Municipal de Educação reiterou que a cidade ainda não está em situação adequada para lidar com a circulação de pessoas que as escolas promovem e que a decisão de reabertura virá da Secretaria de Saúde, em decisão conjunta com o Executivo.
O programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa, levou ao ar, nesta segunda-feira, 22, uma discussão sobre a reabertura das escolas da capital, em entrevista com Eduardo Fleury Mortimer, professor aposentado da Faculdade de Educação da UFMG.
Apesar de uma parte da população pedir e pressionar pela reabertura imediata, entidades e representantes educacionais argumentam sobre os perigos de se fazer uma volta sem os devidos cuidados. Dossiê protocolado pelos representantes do Fórum das Entidades Educacionais de Minas Gerais aborda a impossibilidade do cumprimento dos protocolos estabelecidos, principalmente na Educação Infantil. Eles citam, entre outros pontos, os problemas estruturais das escolas, que não foram resolvidos pelos governos, os recentes estudos que indicam uma alta de casos de covid-19 em crianças e a correlação do aumento de casos e mortes onde as atividades presenciais das escolas foram retomadas.