Extensão

Renda despenca, e lives amenizam impacto da pandemia na cena musical de BH

Grupo da UFMG publica estudo sobre efeitos da crise na vida de artistas e profissionais do setor

O grupo de pesquisa em Sonoridades, Comunicação, Textualidades e Sociabilidade (Escutas) da UFMG investiga o impacto da pandemia nas atividades musicais na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A primeira fase do estudo, cujos resultados foram publicados na revista Frontiers in sociology, foi realizada entre agosto e outubro de 2020, com a participação de cantores, compositores e representantes de casas de shows e estúdios, entre outros profissionais da área musical. Eles responderam a questionários on-line. “Procuramos identificar quais atividades são relevantes financeiramente para o profissional, quais são relevantes para sua visibilidade e aquelas que são relevantes para a sua carreira artística," afirma a coordenadora do grupo, Graziela Mello Viana. 

O estudo revelou, por exemplo, que as atividades de maior rendimento financeiro, como casamentos, não têm muita relevância para a visibilidade profissional. Dos artistas que participaram do levantamento, 70% relataram redução significativa de renda em razão da pandemia. Antes da crise sanitária, apenas 6% recebiam valor equivalente a um salário mínimo ou menos. No período da pesquisa, esse índice chegou a 43%.  

Houve também a migração de parte das atividades para o ambiente on-line, por meio de lives. "Durante a pandemia, eu investi na aquisição de câmeras", afirma o artista Rodrigo Unno, em entrevista à TV UFMG.

Apoio governamental
A reportagem também aborda o impacto da Lei Aldir Blanc, que destinou R$ 3 bilhões para auxiliar profissionais do setor cultural. O cantor Marcos Catarina reconhece a importância da lei. “Consegui finalizar um disco e movimentar uma cadeia de profissionais para essa produção. Contratei estúdio, músicos, arranjadores, artista gráfico e assessoria de imprensa", revelou.

A proposta de uma segunda lei de auxílio, que leva o nome do ator Paulo Gustavo, segue em pauta no Congresso Nacional. Estima-se que ela poderá proporcionar um aporte de até R$ 4,2 bilhões na área.  

Equipe: Victor Rocha (produção e reportagem), Márcia Botelho (edição de imagens) e Naiana Andrade (edição de conteúdo)